Economia

Fisco avalia os dados dos clientes de Tania Bulhões

postado em 21/07/2009 08:34
A Receita Federal vai usar informações de clientes das lojas da empresária Tania Bulhões, alvo de fiscalização na última terça-feira (14/07), para verificar se a renda declarada por esses consumidores no Imposto Renda é compatível com o valor de objetos de luxo comprados.

[SAIBAMAIS]A loja vende cômodas por R$ 7 mil, aparadores por R$ 29,5 mil, pratos por R$ 175 cada um e cadeiras por R$ 2.500 cada uma, entre outros produtos.

A loja de Tania Bulhões é suspeita de participar de um esquema de importações irregulares para escapar do pagamento de impostos. Foram encontradas notas fiscais que mostram que os preços dos artigos eram subfaturados em 70%.

Auditores e policiais federais apreenderam computadores, "pen drives" e documentos de seis locais: das lojas Tania Bulhões Home e Tania Bulhões Perfumes (ambas nos Jardins), de dois escritórios de contabilidade, do apartamento da empresária (nos Jardins) e da casa de uma funcionária (Jaguaré).

Nos documentos em que constavam os nomes de dezenas de clientes, os auditores encontraram anotações em códigos que se referiam à compra "com nota [fiscal]", "com meia nota" e "sem nota". A loja tem uma lista de clientes famosos, entre eles atrizes e socialites.

O fisco não tem ideia ainda do montante sonegado. Mas os auditores constataram, durante um ano de investigação, que, entre 2004 e 2006, a loja importava mercadorias da Europa e vendia ao Brasil por meio de duas empresas situadas em um mesmo endereço em Miami (Eurosete e All Trade), com a intenção de driblar o pagamento de impostos - como o de importação e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

A importação não era feita diretamente em nome da loja Tania Bulhões, segundo os fiscais, porque assim ela se responsabilizaria pelo recolhimento de impostos. Parte das operações era feita por meio de tradings brasileiras. Ao menos quatro já estão sob investigação: Vila Porto (ES), Socinter (ES), JA Brazil Export Comercial (RO) e By Brasil (SP), que fez importações para a Daslu, alvo de fiscalização em 2005.

Advogados e representantes das empresas de Miami, da Vila Porto e da Socinter afirmam que as empresas operam de forma regular. Os demais não foram localizados. A assessoria da loja informa que a empresária não vai se pronunciar.

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