postado em 21/07/2009 19:01
Diferente da arrecadação federal, que acumula oito meses de queda, os resultados do Tesouro Direto (emissões de dívida) registraram em junho recorde de captação, com montante financeiro atingindo R$ 111,4 milhões. O número correspondeu ao melhor resultado desde a criação do Programa Tesouro Direto, em 7 de janeiro de 2002, que possibilita a aquisição de títulos públicos por pessoas físicas na internet.
[SAIBAMAIS]Os resultados do sexto mês do ano ficaram 113,7% maiores do que os de junho de 2008, mostrando que a emissão de papéis ainda é uma importante fonte de renda para o governo.
Quando comparado com a captação de maio, porém, o balanço do Tesouro Direto mostra um recuo de 26,0%. E que, para especialistas, pode indicar que o mercado tem esperado uma definição pela política monetária já previsa de corte de juros.
Inflação
Mais uma vez, os títulos mais procurados pelos investidores continuaram sendo papéis atrelados à inflação (NTN-B e NTN B Principal), que tiveram uma participação de 46,3% no estoque das emissões em junho.
Em seguida vieram os papéis prefixados LTN e NTN-F (43,5%), que tem rentabilidade definida no momento no momento da compra. E que, na opinião de especialistas, indica uma maior confiança do investidor na economia brasileira, uma vez que a procura por esse tipo de papel tende a mostrar um cenário de confiança na economia.
Essa explicação é endossada pela menor participação dos títulos indexados à taxa Selic (10,2%), que geralmente são muito procurados em cenários de instabilidade em que a taxa de juros negociada no mercado caminha para patamares de dois dígitos.
Idade
Outro dado importante análogo a condição de termômetro da economia diz respeito à idade da emissão de papéis, que mostrou uma maior preferência de títulos com vencimento em 5 anos (50,5% do total), o que, na opinião do governo, reafirma "o papel do Tesouro Direto como opção de poupança de longo prazo", disse o órgão, em nota.