Economia

Fabricantes de fertilizantes enfrentam desaceleração dos lucros

postado em 22/07/2009 16:08
Os fabricantes de fertilizantes norte-americanos registraram grandes lucros no ano passado, sustentados pela alta dos preços, mas investidores devem enfrentar uma acentuada desaceleração neste trimestre e ver os primeiros sinais de melhora apenas no final do ano. A crise no setor de crédito, aliada ao colapso dos preços de commodities e uma queda na demanda por fertilizantes, estimulou uma drástica mudança das condições dentro da indústria no decorrer do ano passado. [SAIBAMAIS]Os estoques de fertilizantes, que antes estavam apertados, sofreram um inchaço. Os preços avançavam desde o início da década e sofreram um colapso em questão de meses. A indústria que no ano passado pediu por capacidade de produção, agora é incapaz de competir com a desaceleração da demanda. "O índice dos preços de commodities (grãos) saiu de uma firme alta para uma estável baixa", disse o analista Ben Johnson da Morningstar. "Isso acrescenta uma parcela de incerteza, porque este é o principal indicador do poder de compra dos consumidores no final do dia", complementou. Como consequência, os maiores produtores de fertilizantes devem registrar resultados muito fracos comparados com o ano anterior, disse o analista da Jennings Capital Inc. Russel Stanley. A Potash Corp., a maior fabricante mundial, já reduziu sua estimativa para os lucros do segundo semestre, citando vendas de potássio substancialmente menores que o esperado e preços mais desvalorizados que o previsto para os seus fertilizantes à base de fosfato. A Potash Corp. prevê lucros de US$ 0,70 por ação, ante previsão anterior de US$ 1,10 a US$ 1,50 por ação. Um ano antes, a companhia registrou lucro de US$ 2,82 por ação, em meio a estimativas de alta dos preços e firmeza da demanda, agora prestes a diminuir. A Agrium Inc, líder no mercado de fertilizantes e produtos agrícolas no varejo, deve divulgar os resultados do segundo trimestre no início de agosto. A previsão é de lucro de US$ 2 a US$ 2,40 por ação. A leitura é inferior ao lucro de US$ 3,81 por ação registrado no ano anterior. A Mosaic Co, controlada pela gigante Cargill Inc e que segundo rumores seria um possível alvo da brasileira Vale, não divulgou previsão, mas analistas projetaram lucro de US$ 0,07 por ação, bem abaixo dos quase US$ 2 por ação no ano passado.

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