postado em 22/07/2009 19:59
As reservas internacionais do Brasil atingiram o nível recorde de US$ 210 bilhões, segundo dados do Banco Central divulgados nesta quarta-feira. O número se refere ao nível das reservas registrado ontem.
Esse é o terceiro recorde alcançado pelas reservas nos últimos cinco dias úteis. Antes desse mês, o maior valor havia sido registrado no dia 6 de outubro do ano passado, quando as reservas estavam em US$ 209,4 bilhões.
Desde então, as reservas chegaram a cair para um patamar abaixo de US$ 200 bilhões, devido, entre outros motivos, à venda de moeda estrangeira feita pelo Banco Central no ano passado para evitar uma disparada na cotação da moeda, devido à crise econômica.
Em maio, o BC voltou a comprar dólares com o objetivo de reforçar as reservas. Durante a crise, o BC chegou a vender US$ 14,5 bilhões, mas já recomprou mais de US$ 4 bilhões neste ano.
"Folga"
Graças aos dólares das reservas, o Brasil é hoje um país credor em moeda estrangeira, ou seja, possui dólares mais que suficientes para pagar as suas dívidas em moeda estrangeira. Hoje, essa "folga" é de quase US$ 30 bilhões.
Além disso, pode utilizar esse dinheiro para intervir no mercado de câmbio com o objetivo de evitar movimentos rápidos de valorização ou desvalorização do real.
Nível ideal
O Ministério da Fazenda e o próprio BC já disseram que a crise financeira mostrou que o nível de US$ 200 bilhões ainda estaria aquém do necessário para o país poder enfrentar crises financeiras sem afetar a sua vulnerabilidade externa.
Segundo reportagem da Folha publicada em junho, o Ministério da Fazenda já defende que as reservas cheguem a US$ 300 bilhões. O número representa cerca de dez vezes o nível das reservas no início do governo Lula, em 2003.
Aplicação das reservas
Além das compras de dólares, outro fator que influencia o nível as reservas são as aplicações feitas com esse dinheiro. Apesar de serem contabilizadas em dólares pelo BC, as reservas do Brasil estão aplicadas também em outros tipos de ativos.
Dados de junho, quando as reservas estavam em US$ 201 bilhões, mostram que US$ 189 bilhões estavam aplicados em títulos de governos estrangeiros, principalmente dos EUA. Outra parte está depositada em bancos comerciais, no FMI (Fundo Monetário Internacional) e em outros bancos centrais. Há também cerca de US$ 1 bilhão aplicados em ouro, além de dólares emprestados no mercado financeiro.