Jornal Correio Braziliense

Economia

Seguro desemprego tem saque recorde e conta do FGTS piora no semestre

A queda na geração de empregos com carteira assinada no início de 2009 provocou saques recordes no seguro desemprego e uma piora nas contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) no primeiro semestre. [SAIBAMAIS]Segundo dados do Ministério do Trabalho, os saques do seguro desemprego somaram cerca de R$ 10 bilhões nesse período. De acordo com o ministro, o valor é recorde para o governo Lula. "No governo Lula, é recorde esse pagamento. Eu não tenho dados anteriores a isso", disse o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. O aumento se deve, segundo o ministro, ao aumento do desemprego na virada do ano, ao reajuste do salário mínimo e ao pagamento extra do seguro para os trabalhadores demitidos por causa da crise. FAT O pagamento do seguro desemprego é feito com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). De acordo com o ministério, esse fundo fechou o semestre com um resultado positivo de R$ 1,7 bilhão. O número é a diferença entre o dinheiro das contribuições feitas pelas empresas por meio do PIS/Pasep e os pagamentos feitos aos trabalhadores. Também houve piora em relação a 2008, mas o governo não divulgou os dados comparativos. Lupi prevê uma melhora nos próximos seis meses com a recuperação do emprego formal. "A tendência no segundo semestre é ter um saldo [do FAT] melhor que no primeiro semestre, devido ao aumento do emprego formal", disse o ministro. FGTS Segundo o Ministério do Trabalho, dados parciais mostram que o FGTS fechou o primeiro semestre com uma arrecadação líquida de R$ 2,3 bilhões. O número é a diferença entre os depósitos feitos pelas empresas e os saques realizados pelos trabalhadores no período. O dado representa uma queda de 33% em relação à arrecadação registrada no mesmo período de 2008. Lupi afirmou que, apesar dessa piora, o Fundo continua com recursos suficientes para atender suas obrigações, tanto em relação aos trabalhadores demitidos como no financiamento imobiliário. "Apesar da crise, o FGTS continua muito saudável, com uma arrecadação superior às suas despesas, apesar das demissões ocorridas entre novembro e janeiro", afirmou Lupi.