Jornal Correio Braziliense

Economia

Fim de corte nos juros pode dificultar recuperação da economia, diz CNI

O fim dos cortes na taxa básica de juros, a Selic, pode tornar mais difícil a recuperação da economia, disse nesta quinta-feira o gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco. Para Branco, a sinalização dada pelo Banco Central de que novos cortes não serão feitos é "frustrante", assim como o corte de 0,50 ponto percentual anunciado ontem pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). [SAIBAMAIS]"Se a (queda) da taxa de juros vier a ser interrompida, o processo de recuperação da economia vai ficar mais difícil", afirmou. Ontem, o Copom fixou a taxa de juros em 8,75% ao ano, o que, segundo analistas de mercado, deve permanecer inalterado até o fim do ano. Investidores e bancos apostam, inclusive, que o BC será obrigado a elevar os juros após as eleições presidenciais de outubro de 2010, a julgar pela discrepância entre a Selic e os juros futuros, o que tende a anular os esforços do BC para reduzir as taxas no presente Efeitos da crise A CNI divulgou hoje pesquisa que mostra que os efeitos da crise econômica sobre a indústria perderam força no segundo trimestre. A atividade industrial recuou no segundo trimestre, mas em menor intensidade do que no trimestre anterior. Segundo a Sondagem Industrial, o indicador de produção ficou em 48,1 pontos, em uma escala de 0 a 100 em que números abaixo de 50 pontos indicam queda.