postado em 23/07/2009 21:17
O consumo nacional de energia elétrica no mês de junho expandiu 2,3%, em relação a maio, registrando a maior elevação do ano e sinalizando para a retomada da recuperação do segmento - que em maio registrou queda de 1,9% em relação a abril.
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (23/7) pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e indicam que, no mês passado, o consumo total de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN) atingiu 31.147 mil gigawats/hora.
O consumo de junho deste ano foi 2,9% menor que o de junho do ano passado, o que mostra sinais de que 2009 ainda reflete os efeitos da crise financeira internacional.
[SAIBAMAIS]Com o resultado de junho, o consumo de energia fechou o primeiro semestre com retração de 2,7% no consumo total. Neste caso, segundo a EPE, a indústria continua sendo o segmento responsável pela retração do consumo de energia elétrica, "refletindo o desempenho da atividade no setor secundário, afetado pela crise financeira internacional".
Responsável por 44% do total da demanda energética do país, o consumo industrial vinha em declínio até janeiro deste ano, a partir de quando passou a registrar valores consecutivamente maiores, movimento que foi interrompido somente em maio (menos 1,9%).
Os setores industriais mais afetados pela crise respondem por grande parte desta retração do consumo de energia, principalmente nas regiões Sudeste e Nordeste. Foi intensamente afetado, por exemplo, o consumo na cadeia da metalurgia básica, desde a extração do minério de ferro até a produção do ferro-gusa e de ferroligas e, ainda, a siderurgia.
"Nesse contexto, é no Sudeste onde se verifica a retração mais profunda do consumo industrial de energia, principalmente em Minas Gerais e no Espírito Santo, onde há importantes consumidores nos setores metalúrgico e siderúrgico", informa a EPE.
Como vem ocorrendo nos últimos anos, o segmento de serviços vem mantendo a liderança na evolução do consumo de energia, com a alta dos últimos doze meses tendo chegado a 6,6%.
Este desempenho foi registrado em todas as regiões, "ora justificado pelo setor hoteleiro (turismo de negócios e de lazer), ora pelo comércio varejista ou, ainda, relacionado à modernização do comércio e do setor de serviços em geral".
Os dados da EPE, empresa responsável pelo planejamento energético do país, indicam que o consumo residencial também vem observando taxas de crescimento expressivas do consumo. Além da expansão de 5,5% no semestre, no acumulado dos últimos doze meses, a alta foi de 6%.
Os números constam de estudo chamado Resenha Mensal do Mercado de Energia Elétrica.