Agência France-Presse
postado em 24/07/2009 19:04
O Paraguai analisava nesta sexta-feira uma oferta do Brasil de aumentar de 384 para 900 milhões de dólares o valor anual pago pela energia de Itaipu comprada dos paraguaios, informou um funcionário paraguaio.
As negociações sobre o antigo conflito pelo preço pago pela energia de Itaipu que cabe ao Paraguai se intensificaram nas últimas horas, na véspera da reunião dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Lugo.
[SAIBAMAIS]"O Paraguai poderá receber US$ 900 milhões anuais" se o acordo for fechado no sábado, disse a fonte.
Lugo declarou hoje, após a Cúpula do Mercosul, que "ainda há questões a discutir nas negociações", que os "números ainda não estão fechando".
"Não queremos promover o confronto, e acredito que existe o mesmo espírito que inspirou a construção da represa", destacou o líder paraguaio.
O Brasil também prometeu financiar diversos projetos de infraestrutura e assistência no Paraguai envolvendo, inclusive, a reforma agrária, revelou o funcionário.
Obter um "preço justo" pela energia vendida pelo Paraguai ao Brasil foi uma das principais promessas de Lugo durante a campanha eleitoral, em 2008.
Itaipu, construída na fronteira fluvial entre os dois países, no rio Paraná, produz 14 mil megawatts, dos quais 50% cabem ao Paraguai, que vende seu excedente de 45% ao Brasil.
Durante a campanha eleitoral, Lugo disse que o "preço justo" é de 1,8 bilhão de dólares anuais.
O Paraguai exige ainda a liberdade para vender sua parte da energia para outros países, ponto que o Brasil não pretende ceder.
Lugo planeja vender a energia de Itaipu a Chile e Uruguai, por intermédio da Argentina, com quem os paraguaios compartilham outra hidrelétrica, a de Yacyretá, também no rio Paraná.