Economia

Lula e Lugo se reúnem para discutir Itaipu; valor pago pelo Brasil pode triplicar

postado em 24/07/2009 20:13
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva analisará neste sábado (25/7) com o chefe de Estado paraguaio, Fernando Lugo, a oferta brasileira de aumentar os lucros que o país vizinho recebe com a hidroelétrica de Itaipu. Lugo e Lula, que participaram nesta sexta-feira (24/7) em Assunção (Paraguai) da Cúpula do Mercosul, tentarão chegar a um acordo após quase um ano de negociações. [SAIBAMAIS]A cópia da proposta brasileira foi entregue ao presidente do Paraguai na quinta-feira e, desde então, os negociadores tentam chegar a um acordo, que pode ser anunciado ainda amanhã. Embora os detalhes do documento não tenham sido divulgados, o chanceler paraguaio, Héctor Lacognata, o qualificou de positivo. Informações da imprensa paraguaia apontam que o Brasil permitiria ao Paraguai comercializar livremente, de maneira gradual, com distribuidores brasileiros a parte da energia de Itaipu que não utiliza. O tratado da represa prevê que cada país tem direito a 50% da energia produzida e que a eletricidade não utilizada deve ser vendida ao sócio a preço de custo. O Paraguai abastece quase todas suas necessidades com 5% da eletricidade e vende o resto à Eletrobrás, mas exige liberdade para comercializar essa energia até com outros países e a preços de mercado. Lugo fez alusão hoje em coletiva de imprensa após a Cúpula do Mercosul a notícias que indicam que o Brasil também ofereceu aumentar de US$ 120 para US$ 360 milhões a compensação anual recebida pelo Paraguai pela concessão da energia que não utiliza. "Os números não estão fechados" e "há derivações jurídicas" da proposta que os técnicos paraguaios continuam analisando, expressou o presidente. O presidente de Itaipu no Brasil, Jorge Samek, explicou à Agência Efe nesta quinta-feira que a proposta feita por seu país terá que ser previamente submetida à aprovação do Congresso. Segundo ele, a forma gradual como o Paraguai poderá vender sua energia a clientes brasileiros diferentes da estatal Eletrobrás ainda demorará porque terá que ser objeto de negociações técnicas e ratificada pelo Congresso brasileiro. A renegociação do Tratado de Itaipu, que segundo o Brasil não pode ser modificado até sua data de vencimento, em 2023, foi uma das principais bandeiras na campanha eleitoral que levou Lugo ao poder no Paraguai. Lula e Lugo discutiram pela última vez suas diferenças em maio passado, durante uma visita do presidente do Paraguai a Brasília que terminou sem nenhum acordo.

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