Os empreendimentos da Petrobras são campeões na lista das maiores revisões de custos entre os demais projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). No total, 10 obras da empresa apresentaram elevação no valor dos investimentos, que representa acréscimo de R$ 4,7 bilhões (sem considerar a Refinaria Abreu Lima, em Pernambuco, cujo aumento foi de R$ 15,57 bilhões).
As alterações bilionárias chamaram a atenção do Tribunal de Contas da União (TCU), que não tem dado folga para a estatal. A investigação de dois empreendimentos já se tornaram públicas: Refinaria Abreu Lima e Comperj, cujos investimentos somam R$ 42 bilhões, segundo o balanço do PAC.
Em nota, a Petrobras listou uma série de fatores para explicar os aumentos nos custos. Além do impacto da variação cambial, há questões relacionadas a aumento de serviços por causa de descobertas feitas durante as escavações, como rochas de difícil perfuração, que exigem maior esforço dos construtores.
Outra justificativa foi "o aquecimento do mercado de petróleo e gás nos últimos anos, que provocou a alta da cotação do óleo, elevação de preço de insumos, como o aço, e limitação de equipamentos disponíveis no mercado". Essa foi a explicação da estatal para o aumento de R$ 920 milhões no investimento na plataforma P-53 (Campo de Marlin Leste).
Lojística
No caso do Comperj, que está sendo investigada pelo TCU, a empresa afirma que ainda está em fase de licitação para construção das unidades.
Apesar disso, já houve aumento de R$ 500 milhões no custo do projeto.
O setor de logística foi o segundo a registrar maiores aumentos no custo dos projetos. O maior deles foi verificado na construção da via de acesso perimetral da margem direita do Porto de Santos. O volume de investimentos subiu de R$ 55 milhões para R$ 107 milhões, aumento de 94%.