Economia

Diretor de Itaipu espera que políticos brasileiros apoiem acordo

postado em 27/07/2009 19:51
O diretor em Assunção da hidroelétrica binacional de Itaipu, Carlos Mateo Balmelli, disse esperar que os acordos sobre a usina assinados pelos presidentes do Brasil e do Paraguai sejam apoiados pelos políticos brasileiros. Balmelli falou sobre o assunto em uma entrevista concedida hoje à Agência Efe, na qual analisou o amplo acordo para intensificar as relações bilaterais, assinado no sábado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o do Paraguai, Fernando Lugo. Uma parte do documento contempla o aumento dos benefícios do Paraguai na hidroelétrica de Itaipu e deve ser ratificado pelos parlamentares dos dois países para ser aplicado posteriormente. De acordo com as autoridades do Paraguai, o país receberá US$ 360 milhões por ano, a partir de 2010, pela cessão a seu parceiro da parte da energia que não consome, frente aos US$ 107 milhões, acordados em 2008. Segundo a imprensa de Assunção, o tema já gerou reações na oposição no Congresso. Nesse sentido, Balmelli disse que "Lula expressou no Paraguai a visão e o espírito de entendimento e cooperação, não só de seu governo, mas da classe dirigente e do povo brasileiro". "Lula expressa a consciência de uma classe política brasileira que acredita que o problema tem que ser resolvido nestes termos", afirmou o diretor paraguaio da hidroelétrica. Balmelli disse, além disso, que o tipo de acordo assinado por Lugo e Lula "no caso paraguaio, passa pelo Congresso", mas considerou que não sabe se deve ser submetido ao Legislativo brasileiro. Por outra parte, disse que o acordo reflete "um negócio onde ganha o Brasil e ganha o Paraguai". No caso de seu país, destacou que "ganhou sobre todas as coisas". "Podemos nos converter em uma plataforma de investimento e em uma nação energética". "Temos que desenvolver nossa vocação diversificadora econômica. O Paraguai não pode ser um país moderno só vendendo soja e carne. São dois segmentos chave de nossa economia, mas são excludentes socialmente", disse. Além disso, afirmou que "agora, a geração e a aplicação da energia, o uso e a produção são as que garantem uma política de crescimento econômico com desenvolvimento social". Pediu, além disso, que a geração de energia de Itaipu seja ampliada para se transformar no "ponto de interconexão de todo o sistema energético regional, porque tem a infraestrutura para isso". "O que nós, os latino-americanos, não podemos fazer é seguir com uma política energética de emergência", assegurou.

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