Agência France-Presse
postado em 29/07/2009 15:33
WASHINGTON - O Fundo Monetário Internacional anunciou nesta quarta-feira (29/7) a suspensão do pagamento dos juros devidos pelos países pobres até o fim de 2011, além de um "aumento sem precedente" de empréstimos, que podem chegar a US$ 17 bilhões até 2014, dos quais US$ 8 bilhões devem ser liberados nos dois próximos anos.
"É uma expansão sem precedente do apoio do FMI aos países mais pobres, na África Subsaariana e no mundo inteiro", declarou o diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn. Lembrando que os grandes países ricos e emergentes do G-20 "pediram ajuda do FMI para responder à crise econômica mundial que também atingiu duramente os países de baixa renda", o diretor falou em uma série de medidas históricas.
Os recursos mobilizados virão principalmente da venda do ouro do FMI. O Fundo, entre os maiores donos no mundo do metal precioso, havia decidido na primavera de 2008 ceder 403,3 toneladas, ou seja um oitavo de suas reservas. Outros recursos serão obtidos através de acordos bilaterais de empréstimos com os Estados membros que desejam contribuir para as finanças do FMI.
O Fundo também anunciou uma revisão de suas modalidades de empréstimos aos países pobres, com a criação de um novo leque de instrumentos financeiros adaptados às necessidades diversas dos países de baixa renda e até para ajudá-los a superar os desafios da crise.
Cerca de 80 países são potenciais beneficiários desta decisão por não ter que pagar os juros anuais próximos do 0,5% para créditos em curso e de menos de 0,25% pelos que estão por ser acertados.
O diretor de estratégia do FMI, Reza Moghadam, explicou que o Fundo emprestou em média um bilhão de dólares por ano aos países mais pobres do planeta entre 2006 e 2008 e 3 bilhões desde o início do ano.