postado em 30/07/2009 18:49
O índice mais usado para reajustar aluguéis está em deflação. Em julho, o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) obteve um recuo de 0,43%. Em 12 meses, a taxa acumula queda de 0,67%, recuo importante para inquilinos com contratos que vencem em agosto. As projeções para a próxima avaliação é de que essa deflação diminua ou se torne positiva. "Impossível não é. Ela tende a diminuir e depois desaparecer", afirma o coordenador do índice, Salomão Quadros.
O principal impacto para formar o número negativo veio dos produtos agropecuários, que registraram queda em julho. Os itens soja em grãos (queda de 1,47% para -3,32%), laranja (0,92% para -17,19%) e café em grãos (2,62% para -5,52%) foram os que mais pesaram para que houvesse deflação. No contra-ponto, minério de ferro (-14,27% para -10,70%) e arroz em casca (-5,49% para -0,16%) apresentaram aceleração, mas não o suficiente para deixá-los positivos.
Segundo Salomão Quadros, a queda nos preços agropecuários não deve se repetir em agosto. "Você tem quedas de vários produtos, ao mesmo tempo, por razões diferentes", analisa o pesquisador. "A queda do preço da soja, nosso principal produto no índice e importante para a economia nacional, caiu porque passou três meses subindo. Com a noticia de que a safra nos Estados Unidos vai ser melhor do que se esperava, houve queda aqui nesse mês. Mas isso é um ajuste rápido do mercado", explica.
A partir de agosto, o IGP-M retoma trajetória de alta, mas não em velocidade elevada. Alguns produtos, como os industriais, já perderam força na deflação e previsão é que no fim do próximo mês isso se intensifique. "Sem o preços dos agrícolas, mesmo que não fique positivo, vai haver deflação menor. O caminho de saída para a deflação é um caminho obrigatório", sentencia Salomão Quadros.
Para o consumidor, em agosto ainda pode haver benefícios. Com a queda dos produtos agropecuários nesse IGP, a tendência é que o preço dos alimentos no próximo venham em um patamar um pouco mais baixo. Ainda assim, esse foi o último mês de desaceleração nos preços. Mesmo que não fiquem positivos nos próximos 30 dias, vão começar a registrar pequenas altas.
Das três taxas que compõe o IGP-M, somente o Índice de Preços por Atacado (IPA) obteve resultado negativo no mês, menos 0,85%. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) ficou positivo em 0,34% e o Índice Nacional de Custo da Construção Civil (INCC) também positivo marcou 0,37%.