postado em 31/07/2009 11:17
A fabricante de pneus francesa Michelin teve perdas de 122 milhões de euros (US$ 172,6 milhões) no primeiro semestre deste ano, frente aos 430 milhões de euros (US$ 608,4 milhões) de lucro no mesmo período de 2008, em resultado explicado essencialmente pela diminuição das vendas.
As perdas semestrais incluem os 292 milhões de euros (US$ 413 milhões) da reestruturação da companhia, feita para combater a crise, em particular com uma especialização das atividades industriais na França e a reorganização industrial e comercial na América do Norte, diz a Michelin em comunicado.
Os 10 milhões de euros (US$ 14,1 milhões) negativos dos resultados operacionais, que contrastam com os 708 milhões de euros (US$ 1 bilhão) positivos da primeira metade do ano passado, também incluem os citados elementos não recorrentes.
Entretanto, mesmo com o desconto desse impacto excepcional, o resultado da operação foi 60,2% menor, ficando em 282 milhões de euros (US$ 399 milhões), principalmente devido à diminuição do volume de pneus vendidos e à subutilização das capacidades industriais.
O faturamento líquido caiu 13,4% entre janeiro e junho, para 7,134 bilhões de euros (US$ 10,097 bilhões).
As vendas de pneus sofreram perdas de 29,1% no caso de carros de passeio e caminhonetes novas, e de 9,4% na substituição de pneus nestes tipos de veículos.
Em relação aos caminhões, a queda foi de 44,5% no mercado de veículos novos, e de 17,2% no de substituição. As maiores baixas ocorreram, em ambos os casos, na Europa, nos países da Comunidade dos Estados Independentes (ex-repúblicas soviéticas) e na América do Norte.
As despesas com investimentos sofreram corte de 500 milhões de euros (US$ 707 milhões), para 319 milhões de euros (US$ 451 milhões).
A dívida da empresa diminuiu em 455 milhões de euros (US$ 644 milhões), para 3,818 bilhões de euros (US$ 5,4 bilhões), de acordo com o registro do dia 30 de junho.
O executivo-geral da Michelin, Michel Rollier, destacou que no contexto atual de "forte baixa" do mercado de pneus, a empresa mostrou poder de reação "graças às medidas de ajuste da produção", com uso de interrupções parciais e de reorganizações industriais.
Rollier disse que há um equilíbrio dos estoques, mas advertiu que isso "não basta para falar de uma verdadeira recuperação econômica" e que, por isso, os esforços já feitos serão mantidos nos próximos meses.