postado em 31/07/2009 17:23
Um juiz da Corte de Falências aprovou nesta quinta-feira o plano da Delphi de entregar o controle da fornecedora de peças automotivos para seus credores e terminar em breve o período de quase quatro sob a proteção judicial oferecida pelo capítulo 11 da Lei de Falências americana --o equivalente à concordata, ou à recuperação judicial no Brasil.
[SAIBAMAIS]O juiz americano Robert Drain afirmou que o plano cobre os interesses tanto da Delphi quanto de seus acionistas, especialmente dados os desafios enfrentados pela companhia recentemente, como resultado da turbulência nos mercados de crédito e das dificuldades na indústria automobilística americana.
A aprovação abre caminho para que Delphi emerja do processo de concordata. A companhia, com sede no estado de Michigan, estabeleceu como meta o dia 31 de agosto para que a saída seja anunciada e espera que estar totalmente fora da proteção judicial até 30 de setembro.
Depois que isso acontecer, o atual executivo-chefe da Delphi, Rodney O?Neal, vai permanecer à frente da companhia e uma nova diretoria será escolhida, segundo o porta-voz da empresa Lindsey Williams.
A Delphi quase saiu da proteção judicial no ano passado, mas foi forçada a retroceder para redesenhar seu plano de reorganização depois que um grupo de investidores, liderado pelo fundo Appaloosa Management LP, desfizeram um acordo de investimentos em abril de 2008.
No mês passado, a Delphi chegou a um acordo para deixar que a Platinum Equity tomasse controle da maioria de seus negócios com a ajuda de bilhões da General Motors. Mas os credores da Delphi submeteram seu próprio plano, segundo o qual eles perdoariam uma dívida combinada de US$ 3,44 bilhões e assumiriam o controle da empresa. A proposta acabou vencendo o acordo com a Platinum após uma audiência de 18 horas que terminou na segunda-feira. Ambos os acordos foram apoiados pela GM, que colocou bilhões de dólares na Delphi desde que ela preencheu o processo de concordata para garantir as peças para seus veículos.
A Delphi, antiga divisão de peças da GM, se desligou da montadora em 1999 e iniciou o processo de concordata em outubro de 2005. Ela ainda produz cerca de 10% das peças usadas na produção global da GM e seus componentes são utilizados em quase todas as linhas de produção da montadora na América do Norte.
Subsidiárias
A GM anunciou nesta sexta a criação de duas novas empresas subsidiárias para absorver quatro fábricas e a unidade de colunas de direção que adquiriu da Delphi como parte do acordo para tirar a empresa da concordata.
As duas novas subsidiárias da GM contarão com mais de sete mil empregados nos EUA. Segundo a montadora, a empresa GM Components Holdings incluirá quatro fábricas da Delphi: Thermal Systems e Powertrain Systems, com base em Nova York, Delphi Powertrain Systems, em Michigan, e Delphi Electronics and Safety, em Indiana.
Já a GM Global Steering Holdings incluirá as operações da Delphi referentes a colunas de direção em Michigan, assim como dois centros de engenharia e 15 fábricas no Brasil, México, Europa, Índia, China e Austrália.