postado em 31/07/2009 17:42
Autoridades do Paraguai conversarão com representantes do governo brasileiro após críticas ao acordo assinado entre os dois países sobre a energia da hidrelétrica binacional de Itaipu, classificado por Assunção como histórico e favorável.
[SAIBAMAIS]O chanceler paraguaio, Héctor Lacognata, disse nesta sexta-feira que conversará com o embaixador brasileiro em Assunção sobre as declarações do deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) a respeito do governo do Paraguai.
Parlamentares da oposição brasileira questionaram duramente o acordo sobre a administração da hidrelétrica de Itaipu, que prevê um aumento anual de US$ 240 milhões para o Paraguai, em receitas pelo pagamento da cessão de energia.
"Vamos conversar hoje com o embaixador brasileiro em nosso país, o embaixador (Eduardo) dos Santos, sobre este tema", disse Lacognata a jornalistas, após ser consultado sobre o assunto.
"No entanto isto não reflete em maneira nenhuma nas boas relações e o bom momento que estão passando as relações bilaterais com o governo e o povo do Brasil", acrescentou.
Segundo publicou o diário paraguaio "ABC Color", o deputado Aleluia, que solicitou uma sessão conjunta do Congresso para analisar o documento, qualificou o acordo como "nocivo para os interesses da nação" porque financia "republiquetas populistas".
Aleluia criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por utilizar "a energia elétrica para consolidar chefes de Estado incompetentes", em referência ao presidente paraguaio, Fernando Lugo, afirmou o jornal paraguaio.
Os dois países são sócios na hidrelétrica, uma das mais potentes do mundo com 14 mil megawatts de capacidade, e dividem a energia produzida em partes iguais. Mas o Paraguai utiliza apenas cinco por cento e vende o excedente ao Brasil.
Pelo acordo, o Brasil triplicará o montante pago pela cessão dessa energia - uma taxa anual em torno dos US$ 120 milhões - e estabelecerá um mecanismo que permita ao Paraguai comercializar energia de Itaipu de maneira gradual no mercado brasileiro, sem a intermediação da estatal Eletrobrás.