O mercado financeiro reviu para baixo a maior parte dos indicadores de inflação para 2009, conforme informou nesta segunda-feira (03/08) o Banco Central, por meio da pesquisa semanal Focus.
Três dos quatro índices que compõe o cenário de formação de preços foram reprojetados para baixo, o que mostra que, diferentemente das semanas anteriores, quando os analistas previam uma inflação ultrapassando o centro da meta, de 4,5%, não há temor de que a retomada da economia produza impactos nos preços dos produtos.
Apenas o indicador IPC-Fipe foi revisado para cima, passando de uma variação de 4,16%, na semana passada, para 4,17% hoje. IPCA (4,50%), IGP-DI (0,33%) e IGP-M (-0,01) tiveram suas bases recalculadas pelos analistas, que acabaram surpreendidos no fim da semana retrasado por um IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de julho, que mede a variação da inflação entre os 15 últimos dias do mês e os 15 primeiros de outro, abaixo do piso previsto pelo mercado.
Sinal
"As perspectivas do mercado, inclusive as nossas para o IPCA de julho, foram ajustadas para baixo porque se esperava um índice mais forte. E com esses números do IGP (indicadores de atacado) vindo mais baixos também, é um sinal de que, no ano que vem, o consumidor vai ter um reajuste muito menor nos preços administrados e nos serviços", detalha o economista Felipe França, do Banco ABC Brasil.
A variação de 0,22% no IPCA-15, abaixo dos 0,35% e 0,40% previstos pelo mercado, foi a razão pela qual o mercado já não reajustou sua previsão para o IPCA (o índice utilizado pelo governo para reajustar salários, por exemplo), uma vez que o boletim Focus é fechado na sexta-feira, mesmo dia em que foram divulgados os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que calcula o IPCA.