Economia

FGV: energia elétrica puxou inflação da baixa renda

postado em 05/08/2009 15:12
O aumento no preço da tarifa de energia elétrica (3,63%) respondeu por 63% da taxa de 0,24% apurada em julho pelo Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1), divulgado nesta quarta-feira (5/8) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo o economista André Braz, responsável pelo cálculo do índice, caso fosse excluído o impacto da tarifa de energia, o índice teria subido apenas 0,09% no mês passado. O IPC-C1 é usado para mensurar o impacto da movimentação de preços entre as famílias com renda mensal entre 1 e 2,5 salários mínimos (R$ 465 e R$ 1.162,50). [SAIBAMAIS]Braz lembrou que é muito forte a influência dos preços administrados no cálculo da inflação sentida pelas famílias de baixa renda. "Os preços de habitação só perdem, em importância, para a influência dos preços dos alimentos (no IPC-C1)", afirmou Entretanto, o técnico disse que, mesmo com a aceleração entre junho e julho, é possível dizer que o grupo alimentação contribuiu para compensar, em parte, o impacto do aumento no preço da tarifa de energia no cálculo do índice. Isso porque os preços dos alimentos continuam em desaceleração (de 0,31% para 0 02%), devido principalmente à trajetória decrescente nos preços de quatro itens, que representam 40% do total das despesas com alimentos das famílias de baixa renda. É o caso das movimentações de preços em hortaliças e legumes (de -3,58% para -4,87%), laticínios (de 7,40% para 3,16%), aves e ovos (de 2,74% para 0,81%) e carne bovina (de 0,81% para -0,45%) Em agosto, a taxa do IPC-C1 deve apresentar resultado próximo ao de julho. Isso porque, apesar dos impactos já previstos dos reajustes de preços administrados (telefonia fixa, tarifa de água e esgoto no Rio de Janeiro) a inflação do varejo deve continuar a contar com o impacto benéfico da continuidade das quedas e desacelerações nos preços dos alimentos. "Eles respondem por 41% das despesas mensais totais das famílias de baixa renda", lembrou o economista O setor de alimentação deve contribuir ainda para que o IPC-C1 encerre o ano de 2009 com a menor taxa dos últimos três anos. No acumulado do ano até julho, o índice acumula alta de 3,24%. Na análise de Braz, esse resultado sinaliza uma taxa anual bem menor do que as apuradas nos anos de 2008 (7,37%) e 2007 (5 87%). "Os alimentos mais baratos no segundo semestre devem contribuir para que a taxa do IPC-C1 encerre o ano bem abaixo dessas duas taxas, sendo inferior apenas ao resultado (do IPC-C1) de 2006 (1,65%)", afirmou

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