postado em 05/08/2009 18:42
Com a necessidade de mostrar ao governo e iniciativa privada chinesas que o Brasil pode receber mais investimentos do país asiático e exportar produtos de grande valor agregado, o governo federal planeja mais uma estratégia de alcance comercial à nação vermelha. O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Alessandro Teixeira, afirmou, em entrevista coletiva nesta tarde, que "poucas pessoas chinesas conhecem a imagem moderna do Brasil" e que "precisamos apresentar essa porção brasileira à China". Desde março deste ano, a China tornou-se o maior compardor de produtos nacionais.
[SAIBAMAIS]Como parte da estratégia, foi lançada a participação brasileira na Expo Xangai 2010, feira internacional de investimentos, que acontecerá de 1º de maio a 31 de outubro. A presença brasileira custará entre R$ 70 bilhões a R$ 80 bilhões em investimentos ao governo brasileiro. "Será uma oportunidade ímpar para expormos produtos de alto valor agregado", destacou Teixeira. Inicialmente, estão programadas as participações das cidades de São Paulo e Porto Alegre na grande exposição, mas o presidente não descartou a possibilidade da inclusão de projetos de outros centros urbanos. Para a exposição, são esperados 70 milhões de visitantes.
O representante da embaixada da China no Brasil, Zhu Quingquiao, disse ao Correio que faz parte da estratégia chinesa definir quais segmentos de mercado brasileiro serão promissores nos próximos anos para a China deslocar investimentos. Daí, a importância do evento. "Precisamos aumentar o conhecimento sobre quais áreas investir no Brasil. Mas já temos empresas chinesas trabalhando na área de infraestrutura do Brasil", lembrou o diplomata. "A Expo Xangai será uma boa chance para o povo chinês conhecer melhor a realidade brasileira".
Segundo Teixeira, a população daquele país ainda mantém uma imagem do Brasil ainda muito vinculada à agroindústria e riquezas energéticas. A posição de país que mais importa nossos produtos, porém, é um indicador relevante que revela o potencial para alavancar a fatia de participação da China em nossa balança comercial, comenta ele. "Cabe a nós vender produtos com maior valor agregado e mostrar ao povo chinês nosso potencial. Mas não vamos captar nada de recursos para o PAC na feira".
Números
O primeiro semestre foi motivo de satisfação para o saldo comercial nacional frente á China. Com um volume de exportações na casa de R$ 10, 4 bi e as importações fechando em R$ 6,7 bi, o saldo comercial foi positivo em aproximadamente R$ 4,7 bi. Este ersultado foi bem superior ao de déficit comercial, verificado em igual período do ano passado: saldo negativo de R$ 1,5 bi.
Na lista de produtos que mais aumentaram suas venads para o país asiático no primeiro semestre, estão: soja (R$ 4,514 bi), produtos minerais (R$ 3, 619 bi), papel e celulose (R$ 521, 273 mi).
A Apex-Brasil também divulgou uma pesquisa feita pela empresa de marketing Millward Brown. O estudo detecta o grau de satisfação dos chineses com o Brasil. Cerca de 49% deles dizem gostar do país, 13% "gostaram muito" e 3% "não gostam."