Agência France-Presse
postado em 05/08/2009 19:49
O Brasil proporá a regulação dos mercados financeiros, em harmonia com as atuais discussões no Congresso americano, declarou nesta quarta-feira (5/8) o ministro da Fazenda, Guido Mantega, após se reunir com o secretário do Tesouro dos EUA, Tim Geithner.
[SAIBAMAIS]"O Brasil vai apresentar ao G20 uma proposta de regulação dos mercados financeiros" na próxima reunião dos ministros da Fazenda e governadores dos bancos centrais do grupo, em 4 de setembro, explicou Mantega à imprensa.
Os líderes do G20 estão convocados para um encontro nos dias 24 e 25 de setembro, em Pittsburgh, no nordeste dos EUA.
Esta proposta tem "vários pontos de convergência com a americana", que se discute atualmente no Congresso, explicou Mantega à imprensa.
Trata-se, principalmente, de se "estabelecer limites para a atuação das instituições financeiras, principalmente no mercado de futuros", e de que "todas as instituições do mercado de futuros sejam registradas em algum organismo", com depósitos de garantia por cada operação realizada, detacou o ministro.
"O sistema financeiro tem que ser regulamentado, porque, senão, vamos ter uma repetição da crise em alguns anos", advertiu Mantega, salientando que Geithner compartilha deste ponto de vista.
Mantega lembrou que outra questão importante a debater pelos líderes do Grupo de Países Desenvolvidos e Emergentes é a governabilidade e a participação de novos membros.
"Definir com clareza quem são os participantes, para que não surjam de última hora novos sócios, e que haja uma discussão sobre quais são os critérios", pediu Mantega.
O ministro também manterá em Washington reuniões com responsáveis do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.
O Brasil deseja acelarar as discussões sobre a reforma das cotas de voto dos países membros nestes organismos multilaterais, revelou o ministro. É preciso definir "qual será o percentual de votos que será transferido dos países desenvolvidos para os emergentes".
O Brasil anunciou em 10 de junho passado que emprestará 10 bilhões de dólares ao FMI, por intermédio da aquisição de bônus do organismo.