Economia

Situação entre Lupi e confederações patronais está tensa

Vânia Cristino/ Especial Estado de Minas
postado em 06/08/2009 21:16
O enfrentamento entre o ministro do Trabalho, Carlos Lupi e as quatro maiores confederações patronais do país continua. Ontem, questionado sobre a formalização da saída da Agricultura, Comércio, Indústria e Instituições Financeiras do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao trabalhador (Codefat) na semana passada, o ministro atacou. "A senadora Kátia Abreu (presidente da Confederação Nacional da Agricultura) queria transformar o Codefat num Senadinho da oposição", declarou. [SAIBAMAIS]Segundo Lupi a senadora contaminou as demais representações de empresários. "Eu esperava mais independência das entidades", cutucou o ministro. Na reunião do Conselho ,na semana passada ,as confederações renunciaram acusando o ministro de ingerência no processo de eleição . Por um acordo informal , até então respeitado, a bancada dos empresários deveria eleger o representante da CNA. As duas novas confederações - dos serviços e do Turismo - que passaram a participar do Codefat este ano não aceitaram. Com o racha da bancada dos empresários ,o Codefat acabou elegendo o presidente da nova Confederação Nacional dos Serviços, Luigi Nese, como presidente. Antes disso, as quatro confederações já tinham abandonado o Conselho. O ministro do Trabalho nega que tenha interferido no processo eleitoral. Lupi disse que a senadora Kátia Abreu está acostumada " a lidar com boi no pasto". A presidente da CNA respondeu por nota o ministro. "Lamento o teor das declarações e o estilo usado por um ministro de Estado", disse. A Federação das Indústrias de São Paulo e até mesmo uma confederação de trabalhadores, a Contec, já tinham declarado apoio à posição das quatro confederações que renunciaram ao Codefat. Lourenço Ferreira do Prado, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas empresas de Crédito, classificou a ativtude de Lupi como "atrevida e descabida". Ontem foi a vez da Ação Empresarial, coordenada pelo empresário Jorge Gerdau. Além de manifestar solidariedade às confederações, Gerdau disse que está preocupado com a governança do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). "Pela primeira vez o FAT tem previsão de déficit operacional da ordem de R$ 3,7 bilhões", observou. De acordo com o empresário a previsão para o ano que vem é ainda mais preocupante , devido à "implementação de novas políticas de financiamento que retiram recursos do BNDES e de projetos de infra-estrutura".

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