postado em 07/08/2009 17:14
Os consumidores americanos tomaram menos dinheiro emprestado pela quinto mês seguido em junho, reiterando uma postura de cautela que pode ameaçar a recuperação da economia. O Federal Reserve (Fed, banco central americano) informou que o crédito ao consumidor encolheu US$ 10,3 bilhões, ou 4,9% (taxa sazonalmente ajustada) para US$ 2,503 trilhões em junho. Os analistas entrevistados pela Dow Jones esperavam um declínio de US$ 4,1 bilhões
[SAIBAMAIS]O grande recuo nos empréstimos tomados pelos consumidores revela que as famílias continuam apertando o cinto diante de uma fraca economia, mesmo com as indicações de uma recuperação. O número de pessoas que recebem auxílio-alimentação nos EUA ultrapassou os 34 milhões pela primeira vez, segundo um relatório divulgado esta semana. As inscrições no programa de assistência do governo cresceram 2% em maio para 34,4 milhões
A perda de 247 mil vagas de trabalho em julho, embora menos que o esperado, é um número negativo historicamente e sinaliza que as pessoas podem não querer gastar livremente. O declínio na taxa de desemprego para 9,4% foi, em grande medida, em virtude de um encolhimento da força de trabalho - ou seja, uma redução no número de pessoas desempregadas procurando emprego
O líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid (Nevada), disse nesta sexta-feira que o Congresso vai aprovar outra prorrogação no benefício de seguro-desemprego quando os legisladores voltarem do recesso do mês agosto. Analistas acreditam que o crescimento econômico será retomado em julho. Mas se as famílias americanas continuarem o movimento de se endividarem menos, a recuperação da recessão poderá ser contida. Os consumidores são uma parte vital da economia, pois seus gastos respondem por 70% do PIB
O Fed revisou o dado de crédito ao consumidor de maio para uma contração de US$ 5,4 bilhões, de uma estimativa anterior de US$ 3,2 bilhões. Os empréstimos ao consumidor não caíam por tantos meses seguidos desde 1991, quando o crédito encolheu de junho a dezembro
O crédito rotativo, que inclui o uso do cartão de crédito, caiu US$ 5,3 bilhões, ou 6,8%, em junho para US$ 917 bilhões. Este foi o décimo mês seguido de declínio do crédito rotativo, um recorde. Em maio, o crédito rotativo encolheu US$ 4,9 bilhões
O crédito não rotativo, que inclui os financiamentos de automóveis e motorhome, caiu US$ 5 bilhões, ou 3,8%, para US$ 1 586 trilhão. O crédito não rotativo encolheu 0,4%, ou US$ 506 milhões, em maio. Os dados do crédito ao consumidor excluem os financiamentos imobiliários e outros empréstimos assegurados com imóveis. Esses dados tendem a ser altamente voláteis de um mês para outro e são frequentemente revisados. As informações são da Dow Jone