postado em 09/08/2009 20:59
Nas fábricas de geladeiras, fogões e máquinas de lavar, que também foram beneficiadas pelo corte do IPI, o cenário é favorável ao emprego. A Whirlpool contratou 1 300 trabalhadores temporários desde maio em Rio Claro (SP) e Joinville (SC). Desse total, 400 foram efetivados em junho. "A tendência é efetivar os demais", diz o diretor de Relações Institucionais , Armando Annes do Valle. A Electrolux também contratou, desde maio, 600 trabalhadores como efetivos nas fábricas de Curitiba (PR), São Carlos (SP) e Manaus (AM).
"Estamos avaliando novas contratações para este semestre. Pode chegar a mil vagas", afirma o diretor de Marketing, Ricardo Cons. Ele diz que o crescimento das vendas de mais 20% no mercado doméstico no primeiro semestre m razão do corte do IPI a partir de abril provocou o aumento nas contratações. Hoje, com aproximadamente 7 mil funcionários, a companhia já repôs o total de trabalhadores dispensados na virada do ano. A maior procura no mercado interno por carros, máquinas de lavar e geladeiras puxou a produção de aço e as contratações nas siderúrgicas. A CSN, por exemplo, abriu 700 vagas até julho em Volta Redonda (RJ)e tem previsão de ofertar mais 200 postos de trabalho no mês que vem. Desse total, 411 trabalhadores foram efetivamente contratados.
E a maioria são ex-funcionários demitidos na virada do ano. A recuperação no emprego industrial não ocorre apenas nos bens duráveis, que foram beneficiados pela maior oferta de crédito e o corte no IPI. A indústria de vestuário e calçados figura numa lista da FGV de oito segmentos com maior peso na produção industrial e com perspectivas favoráveis de recuperação do emprego previsto para três meses. Nessa direção, a Bottero, maior fabricante de calçados femininos em couro, acaba de abrir 400 vagas nas três unidades no Rio Grande do Sul.
"Já preenchemos metade delas. As demais devem ser ocupadas até o final deste mês", prevê o diretor Administrativo e Financeiro, Marco Antônio Coutinho. Depois de demitir 150 funcionários no segundo semestre de 2008, a empresa repôs os quadros no primeiro semestre. Coutinho diz que a mudança de rota ocorreu em razão dos bons resultados deste ano. O faturamento e a produção cresceu 10% entre janeiro e junho deste ano ante igual período de 2008. "O mercado interno, que responde 85% das vendas, está bom para nós fabricamos calçados de couro", diz Coutinho. Animado com o cenário, ele já prevê a abertura de mais 400 vagas para o primeiro semestre do ano que vem.