Economia

Comércio exterior da China desaba com a crise mundial

Agência France-Presse
postado em 11/08/2009 12:01
A China, terceira maior economia mundial, amplamente dependente de suas exportações, sofreu em julho com a situação mundial "difícil", declarou nesta terça-feira (11/08) um alto funcionário do governo, acrescentando que o crescimento do país está condenado fortemente aos gastos do governo. [SAIBAMAIS]As exportações registraram uma forte baixa em julho em um ano, apesar de terem aumentando em relação ao mês de junho, mas os investimentos em capital fixo continuam forte, segundo o governo. "O ambiente internacional difícil afetou nossas exportações", disse Li Xiaochao, porta-voz do Escritório Nacional das Estatísticas. "O crescimento da produção industrial de alguns setores foi um pouco lento", disse, em entrevista à imprensa em Pequim. A China conheceu no primeiro semestre um crescimento de 7,1%, bem longe do nível dos dados aos quais estava acostumada antes da crise, entre 2003 e 2007. O governo se fixou como meta 8%, piso necessário, segundo alguns analistas, para evitar uma forte degradação do mercado de trabalho. As alfândegas anunciaram nesta terça-feira que as exportações em julho foram de US$ 105,4 bilhões (mais de 74 bilhões de euros), em queda de 23% em um ano. No entanto, o dado representou uma alta de 10,4% em relação ao mês de junho, indicando uma certa retomada, destacou o comunicado das alfândegas. "As exportações devem começar a retomada no quarto trimestre, enquanto o setor imobiliário continuar forte", disse Li Huiyong, economista da Shenyin and Wanguo Securities em Xangai. As importações caíram 14,9% no mês passado em ritmo anual, pois a terceira economia mundial registrou um superávit comercial em julho de US$ 10,6 bilhões, contra US$ 8,4 bilhões em junho e US$ 13,4 bilhões em maio. Os últimos dados mostram o lugar importante dos gastos governamentais para sustentar o crescimento. Os investimentos em capital fixo nas zonas urbanas da China aumentaram 32,9% entre janeiro e julho em relação ao mesmo período de 2008, um efeito das medidas de retomada adotadas pelo governo, porque os motores do crescimento são principalmente as infraestruturas e o setor imobiliário. Os investimentos continuam fortes, apesar de uma leve queda em julho, em relação ao primeiro semestre, quando aumentaram 33,6%. A produção industrial, que reflete a demanda global de bens, cresceu 10,8% em julho, em relação ao mesmo mês no ano anterior, contra alta de 10,7% em junho. As vendas do varejo, principal indicador do consumo, aumentaram 15,2% em variação anual em julho, contra 15% um mês mais cedo. As vendas do varejo são um dos indicadores de consumo na China que as autoridades pretendem incentivar. Seu volume está, no entanto, ligado à inflação, que atingiu 5,9% em 2008, quando este ano o índice dos preços ao consumo caiu. Em julho, pelo sexto mês consecutivo, o índice foi negativo (-1,8%). "Estamos otimistas para a economia no segundo semestre, porque o crescimento do consumo se manterá estável, enquanto os investimentos continuarão avançando", considerou Hao Daming, economista da Galaxu Securities, que prevê um crescimento de 8,3%.

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