postado em 12/08/2009 08:42
A estatal China National Petroleum Corporation (CNPC), maior petrolífera chinesa, informou nesta quarta-feira (12/08) que acelerará suas aquisições em regiões como América Latina e África.
Um executivo da empresa, que pediu para não ser identificado, disse ao jornal oficial "China Daily" que os preços relativamente baixos dos ativos estrangeiros neste ano oferecem oportunidades sem precedentes para a companhia.
Nas últimas semanas, altos funcionários do governo confirmaram que a CNPC está em conversas com a espanhola Repsol para adquirir a argentina YPF.
Em uma tentativa de reforçar a segurança energética da China, a estatal mantém conversas com parceiros estrangeiros para vários acordos, de acordo com o executivo.
Esta semana, a imprensa local informou que a terceira maior petrolífera chinesa, a Cnooc (China National Offshore Oil Corporation), tinha oferecido US$ 17 bilhões pelos 84% que a Repsol tem na argentina YPF.
A firma chinesa manteve contatos com executivos da Repsol em uma reunião em 30 de julho na Europa, no que poderia ser o maior investimento exterior da China no setor.
Porta-vozes da CNPC e da CNOOC se recusaram a comentar o possível acordo com a Repsol.
O acordo, porém, parece cada vez mais próximo, depois que em julho o vice-presidente da CNRD (Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento, órgão responsável pelo planejamento econômico), Zhang Guobao, disse que a CNPC mantém conversas com a petrolífera espanhola.
O presidente da CNPC, Jiang Jiemin, disse já havia dito que a empresa procura reforçar a cooperação com empresas de países ricos em jazidas, como Cazaquistão, Venezuela e Qatar, e que as fusões e aquisições estrangeiras seriam "fundamentais".
A crise financeira representou uma boa oportunidade para que a CNPC amplie suas reservas, dados os baixos preços das matérias-primas, impulsionados pela crescente necessidade de petróleo da China, segundo consumidor de energia do mundo.
As principais regiões das quais a China importa petróleo são Oriente Médio, África e Ásia Pacífico.
Em um acordo paralelo, a CNPC e sua parceira Kazmunaigas, do Cazaquistão, negociam a aquisição conjunta da Mangistaumunaigas por US$ 3,3 bilhões, como parte de um acordo de crédito em troca de petróleo de US$ 10 bilhões assinado neste ano entre as duas partes.