Agência France-Presse
postado em 12/08/2009 15:12
As remessas de dinheiro enviadas à América Latina registrarão queda de 11% este ano devido à crise econômica mundial, o que afetará quatro milhões de habitantes da região, afirmou nesta quarta-feira (12/8) o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BiD).
De acordo com estudo do BID e do centro de análises Diálogo Interamericano, a América Latina deve receber este ano US$ 62 bilhões em remessas, especialmente de Estados Unidos, Espanha e Japão, países que foram duramente atingidos pela crise, indicou um comunicado do banco.
[SAIBAMAIS]Em 2008, a região recebeu US$ 69,2 bilhões em remessas, segundo dados do BID.
Este ano será a primeira vez que as remessas diminuirão, depois de uma década de contínuo crescimento.
A quantia de remessas esperada para este ano é similar a de 2006, indicou o BID.
As estimativas do BID são muito mais pessimistas do que a de outros órgãos multilaterais. O Banco Mundial destacou em julho que previa uma redução de 6,9% nas remessas que a América Latina recebe, enquanto o Sistema Econômico Latino-Americano (Sela) calculou queda de 7% em maio.
O BID advertiu que o país mais afetado pela queda neste ano será o México, que é o maior receptor de remessas da região, com captação de um terço delas.
"A crise claramente está limitando a capacidade dos emigrantes para enviar dinheiro a seu país de origem", destacou o presidente do banco, Luis Alberto Moreno.
"No entanto, as remessas caíram menos do que outros fluxos financeiros privados à região, pois os emigrantes continuam fazendo sacrifícios para ajudar suas famílias", destacou.
A queda das remessas, que caíram 15% no segundo trimestre de 2009, se tornou mais evidente no México e no Caribe, mas foi mais contida na América Central, a região andina e o Cone Sul, indicou o BID.
Isto significa um alívio para países centro-americanos, onde as remessas representam uma boa parte do PIB.
As remessas enviadas dos EUA este ano chegarão a US$ 42,3 bilhões, para uma contração de 11%, enquanto que da Europa serão US$ 9 bilhões, uma redução mais pronunciada, de 14%.
O envio de dinheiro de outras partes do mundo será de US$ 10,4 bilhões, uma queda de 4,5% em relação ao ano passado.