Economia

Bancos de investimento mostram ânimo com fusões e aquisições

postado em 12/08/2009 15:40
A Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid) demonstrou nesta quarta-feira otimismo com o gradativo aquecimento de fusões e aquisições, depois de um primeiro semestre não tão ruim como se temia no auge da turbulência financeira. "As empresas estão querendo vir a mercado", disse a responsável pela Subcomissão de Fusões e Aquisições da Anbid e diretora do Deutsche Bank no Brasil, Carolina Lacerda, em entrevista coletiva. [SAIBAMAIS]As razões para a aposta são variadas, incluindo a normalização do crédito, a perspectiva de crescimento econômico e até a recente alta do mercado acionário --que pode fulminar oportunidades baratas de aquisições. "Muitos clientes estão preocupados com a valorização rápida dos ativos", comentou Carolina. No ano, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) acumula alta de 48,5%o até 11 de agosto. "O mercado está mais seletivo", explicou, acrescentando que qualquer surpresa no mercado internacional pode frustrar a retomada das fusões. "Se as coisas continuarem como estão, 2010 será um ano bom. Depende do cenário externo." Para o segundo semestre, ela destacou o setor de varejo, favorecido pela consolidação do mercado consumidor nos últimos anos, e observou que a manutenção do dólar nos patamares atuais cria oportunidades para aquisições de empresas brasileiras no exterior. A moeda norte-americana já caiu 21% em 2009 até terça-feira, e se aproxima do patamar de R$ 1,80. Na semana passada, porém, a Fundação Dom Cabral, em parceria com a KPMG, divulgou estudo apontando que as empresas brasileiras estão mais cautelosas quanto à internacionalização. A Dom Cabral acredita que as companhias estão mais preocupadas, no momento, em consolidar os ativos que têm no exterior, podendo voltar às compras de maneira gradual em 2010 e 2011. Queda "suave" O total de fusões, aquisições, OPAs (ofertas públicas de aquisição de ações) e reestruturações societárias anunciadas de janeiro a junho alcançou R$ 71 bilhões na primeira metade do ano, com queda de apenas 1,5% em relação ao mesmo período de 2008, segundo a Anbid. Um recuo "suave", nas palavras de Carolina. Em número de operações, a redução foi de 10,2%, para 44 transações - 37 fusões e aquisições e 7 reestruturações societárias e OPAs. O Morgan Stanley foi o líder entre os consultores de fusões no primeiro semestre, com R$ 26,6 bilhões das transações anunciadas. O banco de investimentos norte-americano foi seguido por Bradesco BBI, com R$ 24,5 bilhões, e Estáter, com R$ 10,3 bilhões. Os destaques do primeiro semestre foram a criação da Brasil Foods - resultante da união de Sadia e Perdigão, no valor de R$ 21 bilhões - e a reestruturação societária entre VCP e Aracruz, com valor de R$ 6,8 bilhões. As aquisições realizadas por empresas brasileiras representaram, em termos monetários, 50,3% das operações anunciadas. As aquisições realizadas por empresas estrangeiras somaram 7,7%o, e as fusões entre empresas alcançaram 42% do valor das transações.

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