Economia

Braskem vê 3° trimestre melhor e aposta em internacionalização

postado em 12/08/2009 17:26
O presidente da Braskem, Bernardo Gradin, disse nesta quarta-feira (12/8) que as vendas da companhia no terceiro trimestre deverão ser melhores do que as verificadas no três meses imediatamente anteriores. "No terceiro trimestre costuma haver um movimento de estocagem tendo em vista o final do ano e os volumes devem seguir crescentes no mercado doméstico. Certamente teremos um terceiro trimestre melhor do que o segundo, mas não é possível afirmar em que medida"" afirmou o executivo, em encontro com jornalistas na sede da companhia. [SAIBAMAIS]"Há também recuperação na produção, que está voltando para os níveis pré-crise", acrescentou Gradin. No trimestre passado, as unidades da Braskem operaram com taxas de utilização de capacidade acima de 90%. Entre abril e junho, as vendas de resinas da Braskem no mercado doméstico subiram 27% ante o apurado no trimestre imediatamente anterior, para 561,856 mil toneladas. O crescimento foi puxado sobretudo pelas vendas de PVC, muito utilizado no setor de construção civil. A petroquímica também apurou alta nas vendas externas de resinas na comparação com os três primeiros meses do ano. No trimestre encerrado em junho, a Braskem exportou um recorde de 271,336 mil toneladas, expansão de 4%. "A demanda crescente por parte da Ásia, o atraso no início da operação de unidades no Oriente Médio e o fechamento de fábricas nos Estados Unidos e Europa contribuíram para esse desempenho", explicou Gradin. Além da melhora nos volumes comercializados internamente, a Braskem projeta manutenção dos spreads entre os preços da matéria-prima eteno e das resinas em torno de US$ 600 por tonelada, nível considerado confortável para a indústria, sobretudo para um ciclo de baixa do setor como o atual. "Essa margem deve se manter acima de US$ 600 neste trimestre, o que é atípico para ciclos de baixa", disse Gradin. O executivo afirmou ainda que a companhia tem como meta encerrar o ano com economia de R$ 200 milhões na conta de despesas gerais e administrativas. No primeiro semestre, a economia nessa linha chegou a R$ 50 milhões. Segundo o vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores da petroquímica, Carlos Fadigas, essa redução também contribuiu para a alta na margem Ebitda, que passou de 14% nos três primeiros meses do ano para 15,3%. Internacionalização Em relação à expansão internacional da Braskem, Gradin afirmou que a intenção é ter operações na Venezuela, Bolívia, Peru e Estados Unidos até 2015, quando a indústria petroquímica estará experimentando novo ciclo de alta. "Não são projetos concorrentes nem em termos de mercado nem em termos de investimento", enfatizou o executivo. Na Venezuela, a Braskem erguerá uma fábrica de polietilenos e outra de polipropileno em parceria com a estatal Pequiven. Na semana passada, a empresa informou que adiou em aproximadamente um ano a partida das unidades, para 2013 e 2014, com o objetivo de fazer coincidir o início das operações com o novo ciclo de alta do setor. Pesaram ainda na decisão, tomada em conjunto com os venezuelanos, a maior concorrência por recursos de agências e organismos multilaterais, na esteira da crise financeira, e a nova legislação para o setor petroquímico na Venezuela, que confere maior poder ao Estado. Conforme Gradin, a estrutura societária dos projetos se enquadra nas novas regras --Braskem e Pequiven têm participação de 49% cada e duas tradings, uma delas ligada ao governo venezuelano, têm 1% cada. "Nossa expectativa, diante da nova regulamentação, é a de que possamos resolver a estrutura de financiamento até meados do próximo ano", afirmou Gradin. A mudança na lei, reiterou no executivo, não altera os planos da companhia na Venezuela, embora possa modificar em alguma medida a estrutura de financiamento. Originalmente, a proposta é usar 30% em recursos próprios e 70% em empréstimos junto a organismos multilaterais e agências. Nos EUA, a petroquímica brasileira já está olhando oportunidades de aquisição e pode anunciar um primeiro negócio entre este ano e 2010. "A crise e o ciclo de baixa do setor abrem muitas oportunidades neste sentido", observou Gradin. Na Bolívia e no Peru, o principal atrativo está na oferta de matéria-prima a custos competitivos. No ano passado, Braskem, Petrobras e PetroPerú assinaram um acordo prevendo a instalação de um polo petroquímico e os estudos apontaram para a viabilidade de um projeto com capacidade de produção de 700 mil a 1,2 milhão de toneladas de polietilenos a partir de gás natural.

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