Agência France-Presse
postado em 12/08/2009 21:07
A China anunciou nesta quarta-feira (12/8) a prisão formal de quatro funcionários da mineradora Rio Tinto por "violação de segredos comerciais e corrupção", embora a gigante anglo-australiana afirme que não há provas destas acusações contra seus trabalhadores.
[SAIBAMAIS]Segundo a agência estatal Xinhua, a justiça chinesa ratificou a detenção dos quatro funcionários - que seriam o australiano Stern Hu, diretor do escritório da Rio Tinto em Xangai, e os chineses Liu Caikui, Ge Minqiang e Wang Yong.
O grupo foi preso no dia 5 de julho, mas o governo ainda não havia confirmado.A Xinhua não informou se a decisão da justiça significa uma acusação formal contra os funcionários da mineradora.
Procurada pela reportagem, a justiça chinesa se negou a comentar o caso.
"As acusações tiveram o grau reduzido, e acredito que isso seja um reflexo do que dizemos há tempos: acreditamos que não haja, de fato, evidências de anomalias", declarou o diretor executivo da divisão de ouro e ferro da Rio Tinto, Sam Walsh.
"Entendemos que seja uma situação normal no mercado comercial. Não acho que nossos funcionários tenham cometido os atos dos quais são acusados", acrescentou.
Através de um porta-voz do ministério das Relações Exteriores, a Austrália indicou que não há "segredos de Estado" envolvidos neste caso.
"A partir de agora, Hu será submetido às leis chinesas e aos procedimentos legais e judiciais chineses", disse à AFP a porta-voz da chancelaria australiana.
Esta informação foi confirmada pelo Escritório de Segurança do Estado, o serviço secreto chinês.
"Para ser exato, (o caso) já não está sob a jurisdição do Birô de Segurança do Estado. Foi transferido para a justiça", revelou um membro dos serviços de segurança do Estado em Xangai, que pediu o anonimato.
O caso acontece num momento em que as companhias siderúrgicas chinesas realizam difíceis negociações sobre o preço do minério de ferro fornecido pelas mineradoras estrangeiras, principalmente a Rio Tinto, que por sua vez desistiu em junho de um acordo estratégico com a estatal chinesa do alumínio Chinalco.