postado em 13/08/2009 15:33
O presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, afirmou nesta quinta-feira que a política de redução de juros da instituição é "perfeitamente sustentável". "Nós vimos na retração que existia na concessão de crédito na economia brasileira por parte dos demais bancos uma grande oportunidade de negócio", disse.
Na terça-feira, o presidente-executivo do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, afirmou que algumas taxas de juros que estão sendo cobradas por bancos públicos não são sustentáveis. "A nossa política de taxa de juros está plenamente sustentada dentro dos nosso padrões de concessão e nós acreditamos que elas são perfeitamente sustentáveis", rebateu Bendine, em coletiva sobre a divulgação dos resultados do BB.
Ele lembrou que um dos maiores componentes na definição das taxas de juros e spreads é a taxa de inadimplência. "Como nós temos uma inadimplência extremamente saudável e controlada, isso nos permite praticar essas taxas de jurosbem mais ousadas e competitivas, papel que sempre foi do Banco do Brasil", disse.
O índice de inadimplência --que mede as parcelas vencidas há mais de 90 dias-- do BB ficou em 3,3%, abaixo da média do SFN (Sistema Financeiro Nacional), de 4,4%. O número, porém, é o maior ao menos desde o terceiro trimestre de 2007. O vice-presidente de Crédito do banco, Ricardo Flores, afirmou que "a velocidade da aceleração do indicador vem caindo, em sintonia" com os indicadores da economia.
Bendine prevê uma queda maior na inadimplência no quarto trimestre deste ano.
Crédito O crescimento de 42,8% no lucro do Banco do Brasil no segundo trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2008, foi impulsionado pela expansão da carteira de crédito do banco, que chegou a R$ 265 bilhões ao final de junho. Com isso, a instituição aumentou sua participação no mercado de 16,9% há um ano para 18,7%.
O presidente do BB afirmou que, para este ano, a expectativa é que as operações de crédito do banco cresçam entre 13% e 17%. "Tivemos um impacto muito negativo no primeiro trimestre deste ano, (...) então acho que é um número bastante agressivo", disse.
Bendine defendeu a postura do banco público de aumentar as concessões de crédito em meio à retração do setor financeiro por causa da crise econômica. "Os números demonstraram claramente que o BB tomou uma medida extremamente acertada", afirmou.
Questionado sobre a opinião de alguns analistas de que o crescimento do banco não é sustentável, ele brincou: "Eu tenho dado trabalho para os analistas, porque tenho derubado todas as teses deles."