postado em 13/08/2009 16:25
A indústria dos Estados do Norte e Nordeste, apesar de ter sido menos afetada pela crise financeira internacional, vai demorar mais para se recuperar e voltar aos níveis pr - rise.
A conclusão é de um estudo apresentado nesta quinta-feira pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), feito com base nos dados da produção industrial divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
De acordo com o estudo, a partir do momento em que houver uma normalização do mercado consumidor externo, haverá um período entre 8 a 16 meses para que a indústria brasileira se recupere totalmente.
Na região Sudeste, será necessário um prazo de 11 meses para que o efeito desse choque desapareça por completo em relação à produção industrial. No Sul, o prazo é de oito meses. Para Nordeste e Norte, 16 meses.
Esse prazo leva em conta a defasagem entre a retomada da demanda externa e o prazo que a indústria levaria para voltar aos níveis verificados antes da crise. O Ipea ressalta, no entanto, que não incorporou nesses cálculos o efeito da intervenção do governo realizada nos últimos meses para estimular a economia.
Choque De acordo com o Ipea, a região Sudeste foi a mais afetada pela crise econômica, devido à integração da sua indústria com o mercado consumidor externo. A partir daí, a crise se espalhou pelas regiões mais integradas com o Sudeste --Sul e Centro-Oeste--, atingindo o Norte e Nordeste em menor escala.
"Com o Sudeste produzindo menos, se reduz a sua renda e a sua demanda pela produção das outras regiões. O choque então se alastra para as demais regiões do país", diz o estudo.
O Ipea estima que essa integração deve agir no sentido contrário a partir do momento em que houver uma normalização da economia mundial, o que, segundo o instituto, ainda não aconteceu.
"Estas constatações, no entanto, não asseguram que o país tenha já superado a crise ou mantido sob controle seus efeitos. São inúmeros os contornos e novos fatores intervenientes que podem levar ao agravamento dos efeitos internos."