postado em 13/08/2009 17:34
O número de consumidores que colocaram em dia as dívidas atrasadas subiu 6,9% no comércio varejista do Rio de Janeiro em julho, na comparação com o mês anterior, de acordo com dados divulgados hoje (13) pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) do Clube dos Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL/Rio). Em comparação a julho do ano passado, as dívidas quitadas mostraram expansão de 3,4%. A inadimplência cresceu 2,6% e as consultas caíram 8,3%.
O economista do CDL/Rio, Fernando Mello, disse, em entrevista Agência Brasil, que é o terceiro mês consecutivo de aumento das dívidas quitadas. Os dados também mostraram, na mesma base de comparação, que cresceram 2,2% as consultas que indicam o interesse do cliente em comprar a crédito, enquanto a inadimplência caiu 2,8%.
Isso quer dizer que embora a nossa expectativa de aumento de vendas ainda não esteja nítida, você já sente que está começando a haver uma reversão daquela tendência de vendas estacionárias. As vendas não estavam se comportando de uma forma pessimista, mas não tinham ainda uma tendência otimista. Agora, a gente começa a sentir que está havendo uma reversão e essa turbulência financeira começa a se dissipar, afirmou.
Para o economista, o crescimento da quitação de dívidas significa que os clientes estão recuperando suas posições de crédito e se preparando para consumir no futuro. Segundo Fernando Mello, isso mostra que a passagem de uma situação de estagnação de vendas, provocada pela crise internacional, para uma situação de perspectiva de melhoria de vendas já começa a acontecer.
Nos sete primeiros meses deste ano, as dívidas quitadas cresceram 0,3%, a inadimplência subiu 3,4% e as consultas diminuíram 7,8% em comparação ao acumulado janeiro/julho de 2008 O economista alertou, contudo, que no primeiro semestre do ano passado, o movimento do comércio ainda não havia sido atingido pela crise externa, que se acentuou a partir de setembro.
Mello observou que ao contrário de nações mais desenvolvidas, em que a atividade comercial sofreu forte perda em decorrência da crise, o comércio lojista brasileiro, em especial o ramo mole do varejo (vestuário, alimentação, calçados), ignorou a crise global. E, mesmo diante das incertezas, não evitou as promoções e ofertas.
Na avaliação do economista do CDL/Rio, o desempenho apresentado pelo comércio acabou constituindo um dos principais fatores que atenuaram a crise no Brasil.