postado em 14/08/2009 16:00
Sheryl Weinstein, uma das vítimas do esquema de fraude do financista americano Bernard Madoff vai lançar um livro onde revela que manteve uma relação amorosa secreta com o financista, informou nesta sexta-feira a editora St. Martin´s.
O livro de Weinstein, "Madoff´s Other Secret: Love, Money, Bernie, and Me" ("O outro segredo de Madoff: amor, dinheiro, Bernie e eu", em tradução livre), deve ser lançado no próximo dia 25. Ela é ex-contadora da organização sionista feminina Hadassah e do Lincoln Center, e teve uma relação com Madoff durante mais de 20 anos.
[SAIBAMAIS]"Ninguém conhece o Bernie como eu. E ninguém sabe mais do que eu", afirma a autora. O livro promete detalhes pessoais e documentos e fotos exclusivos.
A autora tem 60 anos e é uma das vítimas de Madoff que falaram ante à corte em 29 de junho passado, quando o financista foi condenado a 150 anos de prisão pela fraude de US$ 65 bilhões através de uma pirâmide financeira.
Na quarta-feira (11/8) Frank DiPascali, um assessor de Madoff admitiu sua cumplicidade no esquema de fraude do financista e prometeu cooperar com as autoridades americanas. "O fato claro e simples é que Bernie Madoff sabia, eu sabia e outros sabiam", disse, ao se declarar culpado diante do juiz Richard Sullivan. "Tudo era mentira. Tudo era ficção." No dia 9 do mês passado, o advogado de Madoff, Ira Sorkin, informou que seu cliente decidiu não apelar da sentença. Segundo especialistas, uma eventual apelação não teria nenhum efeito, porque mesmo na improvável hipótese da concessão de uma redução da pena, esta equivaleria a uma sentença de prisão perpétua, dada a idade do condenado.
O financista cumpre pena na penitenciária da cidade de Butner, no Estado da Carolina do Norte (costa leste dos EUA), considerada uma das melhores do país por seus funcionários e instalações médicas. Ele passa boa parte do dia na seção de desenho da prisão, onde começa sua jornada de oito horas às 7h cunhando nomes em diferentes tipos de placas, segundo a imprensa americana.
Pirâmide
A pirâmide de Madoff, 71, é considerada a maior fraude financeira da história, superando a quebra fraudulenta da empresa americana de energia Enron, em 2001 --ela declarou falência após reconhecer que havia contabilizado centenas de créditos como operações de compra e venda, com prejuízo de US$ 63,4 bilhões.
Preso em dezembro do ano passado após a descoberta da fraude, Madoff, ex-diretor da Bolsa Nasdaq, assumiu sua culpa. Sobre ele pesavam 11 acusações, entre elas lavagem de dinheiro, perjúrio e fraude.
Por esse esquema que levantou - conhecido como pirâmide financeira ou Ponzi -, Madoff prometia retornos altos e fixos aos investidores, porém esse dinheiro não vinha do rendimento das aplicações, mas da entrada de novos clientes.
O esquema de Madoff começou a ruir com a crise financeira global. Preocupados com o rumo da economia, diversos investidores tentaram resgatar seus recursos, fazendo com que a pirâmide não fosse mais sustentável.