postado em 17/08/2009 15:58
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do México, Felipe Calderón, defenderam nesta segunda-feira (17/8) a ampliação do comércio bilateral entre os dois países como forma de garantir crescimento atrelado a economias emergentes.
Calderón reforçou o interesse em discutir a criação de um acordo de livre comércio com o governo brasileiro e disse que tem se empenhado em assegurar independência dos Estados Unidos.
[SAIBAMAIS]O presidente mexicano reconheceu que seu país foi duramente afetado pela crise financeira internacional por causa da dependência comercial com os Estados Unidos.
"O crescimento não vai vir dos Estados Unidos, Europa ou Japão, mas de economias emergentes como Brasil e China. Eu creio que a ampliação do comércio [bilateral] trará benefícios a todos. Quando o comércio cresce, todos crescemos. A dependência comercial de uma só região é inadequada. E a dependência dos Estados Unidos foi responsável pelo tão comprometido mexicano nesta crise", disse.
Segundo Calderón, um dos principais motivos para que o comércio entre Brasil e México ser pequeno --US$ 7,406 bilhões em 2008, sendo que o saldo está positivo em US$ 1,156 bilhão a favor do Brasil-- é a falta de conhecimento mútuo.
"Estou convencido quer a ampliação do comércio gera benefícios para todos. É melhor um mercado de 300 milhões de consumidores (a soma entre os dois países) do que um de 110 milhões de consumidores, como é o caso do México. Sei que há muitas restrições, algumas delas ideológicas, e outras como a falta de informação sobre o Brasil e seu potencial. Mas elas podem ser superadas", disse o presidente mexicano, lembrando que os dois países respondem, sozinhos, por 70% do Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina.
Já Lula considerou "inconcebível" que países do porte de Brasil e México tenham um comércio bilateral deste tamanho. Além disso, ressaltou o esforço do governo em diversificar a pauta comercial.
"Desde que assumi, agimos como um cacheiros viajantes, pegamos nossos produtos e nossos empresários e batemos de porta em porta, ampliando nossas relações. É verdade que nosso comércio com os Estados Unidos e União Europeia aumentaram 20%, mas é verdade também que nosso comércio com a África aumentou 400% e em outras regiões também tivemos crescimentos excelentes", disse Lula.
Durante o encontro, Lula e Calderón assinaram 18 acordos de cooperação bilateral, que versavam sobre as áreas de educação, nanotecnologia e biotecnologia.