postado em 17/08/2009 17:51
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) não escapou do mau humor que tomou conta dos principais mercados do mundo nesta segunda-feira (17/8) e encerrou o dia com fortes perdas, enquanto o dólar comercial apresentou alta de pouco menos de 1%.
O Índice Bovespa (Ibovespa, o principal indicador da Bolsa paulista) recuou 2,51%, aos 55.218 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,696 bilhões, bem acima da média diária deste ano (cerca de R$ 5,2 bilhões), inflado pelo vencimento do exercício do mercado de opções, que movimentou R$ 2,75 bilhões. Já a moeda americana fechou o dia com alta de 0,86%, vendido a R$ 1,869.
[SAIBAMAIS]O mercado iniciou a semana preocupado com o risco de a recuperação econômica global não estar tão próxima quanto se imaginava, o que levou à retração nos mercados acionários em todo o mundo. Em Wall Street, por exemplo, o índice Dow Jones perdeu 2%, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite teve baixa de 2,75%.
Após o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) ter dito que a queda do desempenho da economia daquele país estava "se nivelando" - o que corroborava com as previsões do mercado -, o índice de confiança do consumidor americano divulgado na sexta-feira deu um balde de água fria nos investidores.
Como há dúvidas sobre o ritmo da recuperação, o mercado deve seguir ainda mais atento aos dados macroeconômicos que serão divulgados nos próximos dias. Por isso, notícias ruins podem levar as Bolsas a um movimento de correção após as fortes altas nos últimos meses - o que ocorreu hoje.
O destaque entre os dados macroeconômicos nos EUA é o índice de confiança do mercado de habitação, medido pela Associação Nacional de Construtores de Casas (Nahb, na sigla em inglês). O índice atingiu 18 pontos em julho - três a mais do que em junho, mas ainda muito longe dos 50 pontos que separam o otimismo do pessimismo.
Outro dado que saiu hoje, o de atividade industrial do Estado de Nova York, foi positivo: o índice Empire State, apurado pelo Federal Reserve de Nova York, ficou em 12,1 pontos neste mês, maior nível desde novembro de 2007.
Para Silvio Campos Neto, economia do banco Schahin, a correção não deve assustar, já que a economia global está realmente em recuperação. "Não devemos observar uma correção muito expressiva nos próximos dias. Apesar de lenta, a recuperação da economia global persiste, o que mantém a intenção de compra das ações conforme os preços voltarem para patamares mais atraentes", disse.
No Brasil, o desempenho hoje ainda foi afetado pela forte queda no preço das commodities. O índice CRB - que reúne o preço das principais matérias-primas - teve queda de 1,71%, enquanto o petróleo em Nova York recuou 1,17%. Isso levou as ações da mineradora Vale e das principais siderúrgicas a fortes quedas, com destaque para as preferenciais classe A da Vale (-4,2%), das preferenciais da Gerdau (-4,51%) e das ordinárias da CSN (-4%).
Entre as ações listadas no Ibovespa, as maiores altas foram das preferenciais classe A da Braskem (5,3%), das preferenciais da Duratex (3,66%) e das ordinárias da JBS-Friboi (1,38%). Já as maiores baixas são das ordinárias da Rossi Residencial (-6,05%), das ordinárias da Usiminas (-5,07%) e das preferenciais da Gerdau.