Agência France-Presse
postado em 18/08/2009 15:38
A economia chilena caiu 4,5% no trimestre abril-junho e registrou sua primeira recessão em uma década devido à crise financeira internacional, um cenário que começará a se reverter logo no fim deste ano ou início de 2010, segundo analistas.
O Produto Interno Bruto (PIB) chileno desacelerou no segundo trimestre deste ano pela queda da atividade industrial e do comércio, os setores mais atingidos pela crise, informou nesta terça-feira o Banco Central.
[SAIBAMAIS]Durante o primeiro trimestre, a queda foi de 2,3%, o que levou a uma contração de 3,4% do PIB no primeiro semestre de 2009.
Esta desaceleração no primeiro semestre é a primeira desde 1999, quando a economia chilena enfrentou a crise asiática, que provocou uma redução anual do PIB de 0,8%.
"Nossa projeção é de que a economia vai voltar a crescer nos próximos 12 meses, a partir já do último trimestre deste ano", destacou à AFP o economista da Universidade de Santiago, Guillermo Pattillo.
O analista destacou que esta recuperação será uma "lenta e gradual mudança de tendência". : E o ano, no acumulado, vai terminar negativo".
O economista da Universidade do Chile, Joseph Ramos, disse por sua vez que a economia nacional atingiu o fundo do posso em maio passado e que agora está em um processo de recuperação que em 2010 deve voltar a crescer como antes da crise.
"Para alguém que acaba de sair do hospital é difícil saber quando correrá uma maratona, mas a esta altura já podemos dizer que em 2010 o crescimento vai ser positivo, acima de 3%", acrescentou.
"Uma economia que teve meses de queda acelerada se estabiliza e se mantém", destacou o ministro da Fazenda, Andrés Velasco.
Em seu relatório trimestral, o Banco Central disse que "a atividade industrial se destacou como a de maior incidência negativa na queda do período, seguida por comércio, transporte e pesca".
A indústria manufatureira caiu 13,1% enquanto a construção recuou 4,8%. O comércio se contraiu 7,1%.
A pesca despencou 27,3% afetada em grande parte pela crise da então próspera indústria do salmão, que foi atingida por um vírus arrasador.
O Banco Central informou ainda que entre abril e junho a demanda interna se contraiu 10,6%, as exportações 5,4% e as importações, 18,8%.
O Banco Central revisou em baixa sua estimativa da evolução do PIB para 2009 situando-a entre uma queda de 0,75% e uma expansão de 0,25%. O PIB cresceu 3,2% em 2008.