Economia

Empregos formais no semestre é o pior resultado do governo Lula para o período

Vânia Cristino/ Especial Estado de Minas
postado em 19/08/2009 08:34
Os empregos com carteira assinada criados nos sete meses do ano tiveram o pior resultado do governo Lula para o período. De janeiro a julho de 2009, foram abertas 437.908 vagas, menos de um terço das registradas em igual período do ano passado, 1.564.606. Somente em 2003, ano inicial da Era Lula, a quantidade de postos de trabalho ficou abaixo de um milhão nos sete primeiros meses, 598.140 novas vagas. Mas os números ruins não tiraram o bom humor do ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Ele comemorou os dados de julho, de 138.402 novos postos de trabalho, o melhor resultado do ano até agora. Ele garantiu que, no emprego, o país virou a página da crise. "No Brasil, mesmo quando o emprego cresce, se acha pouco. Nos Estados Unidos, estão comemorando a diminuição do desemprego", disse. Segundo Lupi, enquanto no país houve saldo positivo no mercado de trabalho, na maior economia do mundo foram fechados 214 mil postos em julho e 415 mil em junho. No ano, os EUA contabilizam o desaparecimento de 3,618 milhões de vagas. O otimismo do ministro não arrefece nem mesmo diante do baixo desempenho do setor industrial. A indústria de transformação conseguiu fechar o mês com saldo líquido positivo de 17.354 postos de trabalho, apesar dos resultados ainda negativos da indústria da borracha (-3.906 empregos), do segmento metalúrgico (-1.077) e de material de transporte (-468). No acumulado do ano, no entanto, o emprego industrial está altamente negativo, apresentando queima de 127.123 postos. O outro grande setor que permanece com números no vermelho no ano é o comércio: 5.642 vagas destruídas. O setor extrativista fechou 1.463 vagas. Para o ministro, isso é passado. Ele está convencido de que, já em agosto, todo o setor industrial trará resultados positivos. %u201CO segundo semestre será muito melhor que o primeiro%u201D, alardeou, mantendo para o ano a previsão de um milhão de vagas com carteira assinada. "O Brasil está no rumo do crescimento. O PIB (Produto Interno Bruto) deste ano terá crescimento de 2%", previu. Sinais de estagnação Em julho, os setores que mais contribuíram para o saldo positivo do emprego foram construção civil ( 32.175 postos de trabalho), agricultura ( 29.483), serviços ( 27.655) e comércio ( 27.292). A força do desempenho da agricultura está ligada à safra na região Centro-Sul do país. O campo, porém, começou a dar sinais de que o período do pleno emprego está chegando ao fim. Em algumas regiões, o desemprego já começou. É o caso da cultura do café que, em julho, desempregou 4.664 trabalhadores em Minas Gerais, 1.348 no Espírito Santo e outros mil em São Paulo. O desempenho positivo da agricultura ficou por conta do cultivo de frutas cítricas (mais 14.878 empregos) e do cultivo de uva no Nordeste, que abriu 4.805 postos. Em termos regionais, o emprego foi forte no Sudeste e no Nordeste. No Sudeste, foram abertas 65.344 vagas, com destaque para São Paulo, que ofereceu 52.811 postos, e Rio de Janeiro, com 9.649. No Nordeste, os melhores resultados foram na Bahia (9.792 empregos); Ceará (9.523) e Pernambuco (7.485). Em julho, cinco unidades da Federação registraram perda de postos de trabalho: Rio Grande do Sul (-481), Mato Grosso do Sul (-54), Roraima (-61), Amapá (-3) e Espírito Santo (-99 ).

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