postado em 20/08/2009 16:08
Depois de receber R$ 25 bilhões em títulos da dívida pública no último mês, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) repassou os papéis à Petrobras, informou há pouco o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido.
Segundo ele, o banco tem liberdade para usar os recursos da forma que entender. Por causa de relações contratuais, o BNDES resolveu transferir os R$ 25 bilhões para a Petrobras.
[SAIBAMAIS]"O BNDES fez um contrato de financiamento com a Petrobras e havia uma lei específica autorizando esse financiamento de desse por meio de repasse de títulos federais. Foi isso que se observou em julho", explicou o coordenador.
A estatal do setor petrolífero terá de devolver o dinheiro, mas Garrido não explicou se haverá pagamento de juros nem o prazo em que o banco terá de ser reembolsado.
A emissão de R$ 25 bilhões foi a terceira parcela do empréstimo de R$ 100 bilhões para reforçar o capital do BNDES. A primeira parcela, de R$ 13 bilhões, foi recuperada pelo Tesouro,0 porque os títulos foram emitidos com prazo de resgate para o dia seguinte. Os títulos da segunda parcela, de R$ 26 bilhões, estão em poder do banco, que pode vender os papéis no mercado e embolsar o dinheiro conforme as necessidades.
Anunciado no final de janeiro, o empréstimo para o BNDES teve como objetivo reforçar o capital do banco e ampliar a concessão de crédito para investimentos no setor produtivo. A medida faz parte do pacote de estímulo à economia em meio à crise financeira internacional, que contraiu o crédito em todo o mundo.
O Tesouro Nacional também anunciou que renegociou US$ 3,6 bilhões em dívidas com o Banco Mundial (Bird) e com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A operação, segundo a equipe econômica, provocará economia de US$ 77,56 milhões no pagamento de juros pelo governo brasileiro.
Por causa de um aditivo nos contratos, o Brasil conseguiu redefinir as taxas de juros. Uma parcela da dívida, que totalizava R$ 522 milhões com o Bird e R$ 3,1 bilhões com o BID, era corrigida por taxas de juros flutuantes. Agora, toda a dívida será indexada a taxas de juros predefinidas.