postado em 25/08/2009 17:33
Os processos de fusão de grandes bancos privados ocorridos no ano passado continuam repercutindo negativamente no mercado de trabalho do sistema bancário. Segundo o Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese), o fechamento de 2.224 postos de trabalho em bancos no primeiro semestre está ligado as adequações administrativas realizadas no Itaú-Unibanco e no Santarder-Banco Real.
[SAIBAMAIS]De janeiro a junho foram demitidos 15.459 bancários e contratados 13.235. Cerca de 80% do saldo negativo, 1.925 postos, estão concentrados no estado de São Paulo, sede da maioria das instituições financeiras privadas.Os dados constam em pesquisa divulgada nesta terça-feira (25/8) pelo Dieese.
"Os bancos (que realizaram fusão) estão unificando a parte de trabalho interno", explicou o secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Marcel Barros. De acordo com ele, as demissões atingem principalmente a área administrativa, que concentra os maiores salários. O estudo aponta que os demitidos no primeiro semestre recebiem em média R$ 3.627, enquanto os contratados ganham em média R$1.928.
A tendência, segundo Barros, é que o processo de redução dos quadros chegue às agências em breve. Nesse processo pode haver tanto o fechamento de pontos de atendimento quanto a diminuição da infraestrutura existente.
Esse processo, somado a alta rotatividade no setor, atinge a qualidade dos serviços prestados, na avaliação do diretor-geral da Contraf. De acordo com Barros, as constantes demissões e contratações para redução de custos acabam fazendo com que os atendentes sejam despreparados.
Barros estima que o fechamento de vagas no sistema bancário continue por um período de oito meses a um ano, quando deverá ser concluído os processos de fusão em andamento.
Ele ressaltou ainda que a manutenção dos empregos será um dos principais itens da pauta da campanha salarial deste ano, que começará a ser negociada na próxima quinta-feira (27/8).