postado em 26/08/2009 14:05
A redução da atividade econômica, associada às medidas anticíclicas adotadas pelo governo, como a redução da carga fiscal, resultou em uma queda de R$ 26,466 bilhões das receitas administradas entre janeiro e junho de 2009, na comparação com igual período de 2008. Isso representa uma queda de 10,6%, no total, uma vez que as arrecadações caíram de R$ 249,984 bilhões para R$ 223,518 bilhões.
A conclusão consta do estudo O que Explica a Queda Recente da Receita Tributária Federal, divulgado nesta quarta-feira (26/08) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). %u201CDos R$ 26,466 bilhões arrecadados a menos, R$ 15,5 bilhões são atribuídos às desonerações e ao fim da CPMF [Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira] e R$ 10,9 bilhões a fatores econômicos%u201D, disse o diretor do Ipea, João Sicsú.
Segundo o técnico de pesquisa Sérgio Wulff Gobetti, as quedas do lucro, do faturamento e da produção das empresas, em decorrência da crise, foram diretamente influenciadas pelo comportamento da economia, diminuindo em quase R$ 11 bilhões o total arrecadado. %u201CIsso equivale a uma queda de 4,4% na arrecadação%u201D, disse Gobetti durante o lançamento do estudo.
Parte dessa diferença se deve aos efeitos da crise no lucro e no faturamento das grandes empresas - que foram as mais afetadas pela crise. %u201CA queda de 16,1% no lucro [das grandes empresas] resultou numa queda de 11,4% da arrecadação de tributos, na análise desagregada. Já a diminuição do faturamento dessas empresas, que foi de 1,8%, resultou numa queda de 1,4% de tributos%u201D, informou Gobetti.
A produção industrial, diz o estudo, teve queda de 13,4%. Isso, segundo o Ipea, resultou em uma diminuição de 13,7% da arrecadação tributária específica. Enquanto isso, a massa salarial, que cresceu no período 7,3%, resultou num aumento de 8,7% na arrecadação.