postado em 26/08/2009 19:24
No melhor dos cenários, o setor de máquinas e equipamentos deverá ter queda de 15% no faturamento deste ano em comparação com 2008. Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, como as exportações, que representam 30% do movimento do setor estão com queda de 40%, o desempenho deste ano já está comprometido. "Sendo otimista nós vamos cair 15%, sendo pessimista nós vamos cair de 25% a 30%", estimou Aubert.
[SAIBAMAIS]Apesar de prever perdas para este ano, o presidente da Abimaq acredita que existem fatores que abrem a possibilidade de que 2010 seja um ano melhor para a indústria de máquinas. Ele acredita que os investimentos governamentais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida ajudarem a aquecer o setor no próximo ano. "Isso atende a nós diretamente, tem uma capilaridade no setor muito forte", afirmou.
O início da extração de óleo da camada pré-sal e os investimento em infraestrutura a fim de preparar o país para sediar a Copa do Mundo de 2014 também foram apontados por Aubert como ações que trazem otimismo ao setor. Ele disse não ter dúvida de que no próximo ano a indústria de máquinas terá "um número positivo".
No balanço de julho, divulgado nesta quarta-feira (26/8), houve um queda de 9,8% no faturamento da indústria de máquinas na comparação com junho. No acumulado dos primeiros sete meses do ano o faturamento foi de R$ 34,3 bilhões, 24,3% menor do que o mesmo período de 2008.
Como o setor vinha se recuperando da crise e apresentando crescimento desde fevereiro, Luiz Aubert acredita que a queda do mês passado não seja uma tendência. "Nós acreditamos que esse foi um número fora da curva e que mês a mês a gente vai aumentando um pouquinho", afirmou.
Umas das possíveis razões para a diminuição pode ser, de acordo com Aubert, o lançamento recente de linhas de crédito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Alguns clientes podem ter postergado as compras para aproveitar as vantagens do novo crédito.
No entanto, a desvalorização do dólar foi citado como um problema pelo presidente da Abimaq. Segundo ele, em alguns ramos, como o de máquinas para a fabricação de móveis, o produto nacional está sendo substituído pelo importado. Nesse setor o faturamento caiu 71% e as importações desse tipo de equipamento subiram 98%. "Esse setor está sendo riscado do mapa", afirmou Aubert.