Economia

Empresas de serviços criam postos e pagam R$ 106,8 bilhões em salários ao ano

postado em 27/08/2009 08:10
Wendel Costa: tirando os descontos, recebe pouco mais que o mínimoPrincipal motor da economia brasileira, o setor de serviços emprega cada vez mais gente no país e os produtos de informação, que envolvem atividades relacionadas às novas tecnologias de comunicação e informação, já respondem por mais da metade da receita operacional líquida deste segmento. É o que aponta a Pesquisa Anual de Serviços divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com base em dados de 2007. Em quatro anos ; de 2003 a 2007 ; o número de trabalhadores no setor de serviços não financeiros aumentou de 6,4 milhões para 8,7 milhões e a massa salarial, de R$ 61 bilhões para R$ 106,8 bilhões. Em compensação, o salário médio caiu de 3,2 para 2,5 salários mínimos.

Entre 2003 e 2007, as atividades de serviços tiveram queda no salário médio, pois os reajustes foram menores do que os dados ao mínimo. Exceção para a área de serviços auxiliares da agricultura, cuja remuneração média cresceu de 1,6 para 1,9 salário mínimo. Serviços de limpeza, de alimentação e transporte rodoviário foram os que mais criaram postos de trabalho. O número de prestadores de serviços de limpeza passou de 983.111 (15,4% do total), em 2003, para 1,4 milhão (16,9%) em 2007. A massa salarial subiu de R$ 6,3 bilhões (10,4%) para R$ 12,4 bilhões (11,7%) em igual período. Mas o salário foi achatado nessa atividade de uso intensivo de mão de obra de baixa qualificação. Caiu de 2,2 salários mínimos em 2003 para 1,7 em 2007.

O servente de limpeza Wendel Santos Costa, trabalhador terceirizado de uma empresa que presta serviço a uma autarquia federal, é exemplo do achatamento de salário. Recebe no final do mês apenas RS 512. ;É o que está na carteira de trabalho. Tirando os descontos, ganho pouco mais que o salário mínimo;, disse. No início do ano, os auxiliares de serviços gerais fizeram uma paralisação reivindicando melhores salário. À época, com o aumento de 12%, o salário mínimo superou o piso salarial da categoria. Na área de serviços de alimentação o salário médio ficou em 1,4 salário mínimo em 2007 e o de transporte rodoviário, em 2,5 mínimos. Já os maiores salários médios foram pagos nos setores menos intensivos em mão de obra, como o de transporte aquaviário, com nove mínimos, e o de telecomunicações (8,7 mínimos).

Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro pagaram em 2007 a mesma média salarial ; três mínimos ;, 20% acima da média brasileira, de 2,5 salários mínimos. Embora seja um número superior à média nacional, representou uma perda significativa para os trabalhadores da capital federal. Em 2003, a média salarial chegou a 3,8 mínimos. A perda salarial foi acompanhada também de menor participação no total de trabalhadores. O DF, que em 2003 respondia por 3,2% do pessoal ocupado em todo o país, passou a ter, em 2007, parcela correspondente a 2,9% dos trabalhadores. Essa queda ocorreu mesmo com um aumento de pouco mais de 49 mil pessoas empregadas nesta unidade da federação. Em 2007, atuavam no setor de serviços não financeiros em todo o país pouco mais de 1 milhão empresas. (Colaborou Daniel Gonçalves, especial para o Correio)

; Leia íntegra da pesquisa do IBGE sobre o setor de serviços

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