postado em 27/08/2009 01:24
São Paulo ; Os chineses demoraram a chegar, mas agora se apressam para montar uma boa estrutura no mercado brasileiro e aproveitar o quanto antes os efeitos ;pós-crise; do setor. Para enfrentar o Ford EcoSport, principal concorrente (o Tuscon vem em seguida), a Chery desembarca o utilitário Tiggo, um veículo importado do Uruguai montado em regime de CKD e com um atraente pacote de itens de série. Completo, ele vai custar R$ 49.900, incluindo freios ABS com EBD nas quatro rodas, airbag duplo, rack de teto e som. Mas tração 4x4 e câmbio automático, só ano que vem.Para quem pensa que essa é só mais uma marca entre tantas estrangeiras, vale uma observação: a Chery está no mercado automobilístico há apenas 15 anos, mas já exporta para mais de 70 países e tem 15 fábricas espalhadas pelo mundo. Nos últimos oito anos, apresentou crescimento de 50% a cada ano, e é hoje a maior montadora 100% chinesa do país, com 360 mil carros vendidos ano passado. A meta é chegar a 500 mil em 2009 (leia mais na coluna Alta Roda).
E o que o Tiggo tem a ver com isso? Ele é o primeiro modelo da marca a chegar. A Chery promete lançar outros três veículos até o fim do ano, variando de R$ 22.900 a R$ 42.900, assim como o motor flex. Se o preço é bom e o carro chega completo, então ele será um sucesso de vendas. Certo? ;Vamos ter um grande trabalho pela frente. Desfazer a imagem de que carro chinês não tem qualidade será o nosso desafio;, respondeu Luís Curi, presidente da marca no Brasil, durante a apresentação do Tiggo em São Paulo.
Mas outros fatores podem pesar, como a rede de concessionárias, de apenas 30. O objetivo, segundo a marca, é chegar a 55 unidades em 2009 e 70 pontos de vendas em 2010. ;Além disso, estamos com o Road Assistance, gratuito, para atender 24h por dia, sete dias por semana, em parceria com a Brasil Assistência, do Grupo Mapfre;, completou. Entre os benefícios, socorro mecânico, carro reserva, transporte e hotel para os ocupantes (dependendo da distância).
Impressões
É da qualidade dos carros chineses que o consumidor brasileiro mais desconfia. Mas se depender do utilitário, a impressão ruim pode ficar para trás logo no primeiro contato. O design é moderno e tem tudo para agradar, como a frente robusta e as linhas arredondadas. A grade é larga, com faróis grandes e lanterna de neblina no para-choque. Atrás, lanternas verticais e estepe fora.
O interior é completo e espaçoso, com instrumentos bem localizados e de fácil leitura. Com 4,28m de comprimento, 1,76m de largura e 1,70m de altura, o Tiggo traz bancos bipartidos e removíveis, para aumentar a capacidade do porta-malas ; de 520 para 1.965 litros. Os assentos também reclinam, como nos dianteiros. Esses contam até com aquecimento e porta-objetos embutido. O volante tem regulagem de altura e traz iluminação no centro, para facilitar a partida à noite.
Entre os itens de série, destaque para airbag duplo, freios ABS, alarme, ar-condicionado, trio elétrico, retrovisor dia/noite (o externo tem aquecimento), som com MP3, roda de liga 16;, entre outros. Os bancos de couro são opcionais (R$ 1 mil).
Com um test-drive pra lá de curto ; apenas 15 minutos, na região do Morumbi, Zona Sul de São Paulo ; e em horário de muito trânsito, não foi possível avaliar nos detalhes o utilitário. Mas a primeira impressão mostrou um veículo que não faz feio na cidade. Alto, com uma posição privilegiada do motorista e boa visibilidade, ele é fácil de dirigir. Mas para ganhar agilidade é preciso elevar as rotações do motor (2.0 de 16V, 135cv a 5.750 rpm) e, com isso, conviver com o barulho invadindo a cabine.
Mercado
Em 2008, 146,9 mil utilitários esportivos foram emplacados no país, para um total de 2,7 milhões de carros. No acumulado deste ano foram 93 mil unidades, um aumento de 0,5% na participação do setor em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Fenabrave, Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores.