Agência France-Presse
postado em 27/08/2009 16:25
Angola plantará cana-de-açúcar a partir de setembro pela primeira vez em 30 anos, dentro de um projeto com participação brasileira para a produção de açúcar e etanol com o qual o país africano dará seu primeiro passo em direção aos biocobustíveis.
[SAIBAMAIS]Participam do projeto a companhia petrolífera estatal Sonangol, a empreiteira brasileira Odebrecht e o grupo privado angolano Damer.
O programa de biocumbustíveis de Angola, onde o governo tenta recuperar a agricultura após três décadas de guerra, começará na província de Malanje, de 30.000 hectares, centenas de quilômetros a leste da capital Luanda.
A ideia faz parte dos esforços governamentais para diversificar a economia e aliviar a dependência das exportações de petróleo e diamantes, responsáveis pelo auge econômico vivido pelo país após a guerra civil que terminou em 2002.
"É um projeto muito importante para nosso país", disse Rui Gourgel, presidente da Biocom, companhia por trás da iniciativa de 154 milhões de dólares.
"O açúcar era produzido em Angola antes da independência, mas agora é 100% importado. Logo, Angola terá de novo açúcar de fabricação própria", explicou à AFP.
"Estamos reativando a agricultura, descentralizando o setor industrial, (...) gerando empregos e criando novas áreas de conhecimento e formação", acrescentou.
Segundo Gourgel, o complexo terá sua própria usina de processamento e produzirá 280.000 toneladas de açúcar e 30.000 metros cúbicos de etanol dos resíduos da cana.
Além disso, as fibras que sobram da cana, as folhas e o calor resultante do processamento do açúcar serão usados para produzir eletricidade - até 217 megawatts por ano - em uma turbina de vapor.