Vânia Cristino/ Especial Estado de Minas
postado em 01/09/2009 08:41
De olho nos dólares que os brasileiros mandam dos Estados Unidos para o Brasil - em média, US$ 500 todo mês por pessoa -, o Banco do Brasil abriu uma empresa em solo americano para facilitar essas remessas e baratear o custo da operação. Trata-se da BB Money Transfers, que começou a funcionar com 10 agentes credenciados nas localidades que mais concentram brasileiros, como Nova York, Nova Jersey, Flórida e Connecticut. Até o fim do ano, 100 estabelecimentos de brasileiros que vivem naquele país estarão aptos a atuarem como correspondentes bancários do BB."São padarias, minimercados e outros comércios locais, bem localizados e de amplo conhecimento da comunidade brasileira nos Estados Unidos", disse o vice-presidente de Negócios Internacionais e Atacado do banco, Allan Toledo. Segundo ele, o BB já trabalhava com remessas em parceria com outros bancos, mas, agora, com a constituição da empresa, cuja autorização de funcionamento foi dada em maio pelo Federal Reserve (Fed), o Banco Central americano, as condições são outras.
Em média, disse o vice-presidente do BB, as remessas ficarão 30% mais baratas para os brasileiros. A tarifa para mandar dólares para o Brasil variará de US$ 4,90, para remessas máximas de US$ 100, até US$ 20 para operações de valores mais elevados. Para a remessa média, em torno de US$ 500, o brasileiro pagará US$ 10 ante os US$ 30 anteriores. Na avaliação de Toledo, a economia, nesse caso, é de US$ 20. Não é pouca coisa.
O diferencial, no entanto, não para por aí. O crédito entrará na conta do beneficiário, mesmo nos fins de semana, desde que o recebedor do dinheiro tenha conta corrente no BB. Antes, segundo Toledo, o crédito demorava pelo menos quatro dias úteis para ser disponibilizado. Outra vantagem é que o remetente saberá o valor da taxa de câmbio no momento em que fechar a operação.
O fato de operar com correspondentes bancários facilitará a vida do migrante. "O comércio funciona à noite e também nos feriados", disse Toledo. Os Estados Unidos foram escolhidos pelo BB para a constituição da empresa de remessas pelo elevado número de brasileiros que vivem lá. São cerca de 1,4 milhão de pessoas, das quais aproximadamente 70% mandam dinheiro para o Brasil religiosamente.