postado em 01/09/2009 15:46
A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre veículos leves, desde dezembro de 2008, resultou em um aumento de 13,4% das vendas internas no primeiro semestre deste ano. A medida contribuiu também para manter de 50 mil a 60 mil empregos no setor. As conclusões são da nota técnica Impactos da Redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de Automóveis, divulgada nesta terça-feira (1°/9) pela Diretoria de Estudos Macroeconômicos (Dimac) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
[SAIBAMAIS]O estudo do Ipea lembra que os carros de 1.000 cilindradas, que tinham alíquota de 7% de IPI, ficaram isentos do imposto. Para os veículos entre 1.000 e 2.000 mil cilindradas, a redução foi de 13% para 6,5% (modelos a gasolina) e de 11% para 5,5% (modelos a álcool e flex).
O Ipea cita estimativa da Receita Federal, segundo a qual, com a redução do IPI na compra de carros novos, o país deixou de arrecadar R$ 1,817 bilhão. O estudo ressalta, porém, que a desoneração, ao elevar a venda de veículos, levou à arrecadação de mais RS$ 1,2 bilhão. Dessa maneira, se for descontado o impacto positivo da redução do IPI sobre outros tributos federais, o resultado seria de um custo da redução de alíquotas em R$ 559 milhões.
Segundo o diretor do Dimac, João Sicsú, a redução do IPI contribuiu para a produção total de 1,422 milhão de veículos no primeiro semestre, com a venda de 191 mil veículos atribuída à redução das alíquotas do imposto. Além disso, a desoneração contribuiu para manter de 50 mil a 60 mil empregos diretos e indiretos no setor no primeiro semestre.
"O saldo dessa operação de resgate da indústria automobilística foi extremamente positivo, na medida em que saímos daquele vale dos meses de novembro e dezembro e retomamos uma trajetória ascendente de produção, vendas e geração de empregos nesse segmento. O desemprego na indústria automobilística poderia ter sido muito maior, caso o governo não tivesse adotados as medidas de redução do IPI para os veículos".
Sicsú afirmou que, ao reduzir o IPI dos veículos, o governo tomou uma medida correta, num momento em que havia ameaça de recessão profunda. Ele não quis, entretanto, fazer previsões para o restante do ano, já que o estudo não engloba esse período nem expectativas futuras.
"Não fizemos nenhum estudo nesse sentido. No entanto, a economia aponta para uma recuperação no segundo semestre mais vigorosa do que a que já está acontecendo", finalizou.