postado em 03/09/2009 08:00
Ribeirão Preto (SP) ; Muitos homens ; e algumas mulheres, claro ; já alimentaram o sonho de participar de competições automobilísticas. Mas ficaram só no sonho. Por várias razões. Entre elas, a falta de dinheiro para bancar a estrutura que tal empreitada exige, a pouca habilidade na condução, o medo de emoções fortes... Bem, há uma chance no fim do túnel: a Copa Peugeot de Rally de Velocidade. Pelo menos para quem tem em mãos R$ 50 mil, preço pelo qual você compra uma versão toda envenenada para competir.Achou barato? É, de fato é. O custo da preparação do 207 é ainda maior, mas a diferença é subsidiada pela própria montadora. Mas como não há almoço grátis, há uma contrapartida: o comprador deve participar de, pelo menos, 70% das etapas da Copa Peugeot de Rally de Velocidade. Ora, como quem vai adquirir esse carro certamente pretende correr, essa é a parte mais fácil, não?
Qualquer motorista pode comprar o 207 Rally e participar das provas. Porém, é obrigatório assistir a um curso técnico feito pela montadora. E isso é importante: a Copa Peugeot não registrou nenhum acidente com feridos, mas não custa ser precavido. ;Bem, há chances de o carro capotar, sim;, reconhece o gerente da Peugeot Sport, Ronaldo Berg. ;Mas sair ileso dele é uma vitória da construção automotiva.;
Por exemplo: a célula de sobrevivência instalada dentro do carro ; mais conhecida como ;santo Antônio; ; é validada pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA). Outros requisitos exigidos pela FIA são cumpridos, como a existência de gaiola com tubos de aço. E, ao contrário dos carros comuns, são três extintores de incêndio, um com capacidade de 4kg: eles servem para atender o piloto, o navegador, o motor e o tanque de combustível em caso de acidente.
O 207 Rally tem motor 1.6 e alcança 140 cavalos (o de rua tem apenas 113 cavalos). E para se chegar a essa cavalagem, o motor 1.6 litro 16V Flex é abastecido com álcool etílico (100% de etanol). Para receber o combustível, um novo bico injetor passou a ser utilizado, assim como a vela de menor grau térmico, para suportar a temperatura mais alta do motor. Já o coletor de escapamento foi redimensionado, com o objetivo de aumentar o fluxo de saída dos gases, enquanto o módulo de injeção recebeu um novo mapeamento, para que o motor pudesse trabalhar em giro mais alto. Além disso, ele conta com relação de marchas diferenciada, molas e amortecedores fabricados pela Peugeot Sport da França e pneus (de alta performance) Yokohama 185/65 R14.
A versão 207 Rally mantém inalteradas as características externas do carro ; a não ser pela quantidade de adesivos com as marcas que se juntaram à Peugeot na empreitada. Apesar de ser licenciado normalmente e se enquadrar nas regras de trânsito, o 207 Rally não é recomendado para andar nas ruas, já que é preparado para competição. Aliás, é ; como qualquer carro de corrida ; até desconfortável. Seus dois únicos assentos são de poltronas esportivas com cintos de segurança de quatro pontos, que apertam, mas seguram bem, tanto o piloto quanto o navegador.
Patrocinador
Além de vender o carro já pronto, a Peugeot o transporta da casa do dono até o local da competição (que percorre várias cidades brasileiras, como Belo Horizonte, Ribeirão Preto, Porto Alegre, Curitiba etc). Já o traslado da equipe (sim, é preciso de estrutura de mecânica básica, mas até isso é facilitado) e a hospedagem correm por conta do competidor. Custa, em média, R$ 5 mil por prova. Mas, nesse caso, você pode procurar patrocínios ou mesmo se juntar a uma equipe já existente. Por fim, é bom saber que a montadora também subsidia o preço das peças ; vendidas pela própria marca durante as etapas.
Bem, o Correio o testou em pista de dificuldade média montada em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Foram poucas voltas, mas o suficiente para compreender que dirigir um desses em alta velocidade num terreno irregular é bem desconfortável. Mas, ao mesmo tempo, muito prazeroso. Bastam duas voltas para você querer acelerar cada vez.
Mesmo preparado para provas difíceis, foi também possível constatar que a tração dianteira faz a parte de trás balançar um pouco nas curvas. Mas, dependendo da velocidade, isso é perfeitamente corrigido no braço.
O jornalista viajou a convite da Peugeot Sport