postado em 10/09/2009 10:16
Os efeitos dos estímulos fiscais e da redução de juros devem ser cuidadosamente monitorados e são parte importante do contexto de decisões futuras do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. A avaliação consta da ata da reunião do colegiado realizada na semana passada, quando foi mantida a taxa básica de juros, a Selic, em 8,75% ao ano.
[SAIBAMAIS]O Copom considera também que uma postura mais cautelosa contribuirá para reduzir o risco de %u201Creversões abruptas%u201D nas decisões sobre a Selic no futuro e também para %u201Ca recuperação consistente da economia ao longo dos próximos trimestres%u201D.
Segundo o Copom, esses estímulos fiscais e monetários %u201Cdeverão contribuir para a retomada da atividade e, consequentemente, para a redução na margem de ociosidade dos fatores produtivos%u201D. A ata revela que o colegiado considera que a desaceleração da economia global tem gerado pressões de baixa nos preços industriais no atacado.
O documento revela que o Copom avaliou que depois de longo período de expansão a demanda doméstica passou a cair e a exercer influência sobre a atividade econômica, mesmo que o crescimento da renda tenha se mantido.
%u201CAdicionalmente, cabe registrar que, evidenciando a credibilidade alcançada pelo Copom na implementação do regime, as expectativas inflacionárias para 2009, 2010 e 2011 continuam em patamar consistente com a trajetória das metas%u201D.
A meta de inflação para esses três anos, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), tem como centro 4,5% e margem inferior de 2,5% e superior de 6,5%. Cabe ao Banco Central perseguir a meta de inflação. Para isso, a autoridade monetária usa a Selic para controlar a inflação.
Na ata, que contém vários parágrafos iguais ou parecidos com o documento de julho, o Copom reafirma que o comportamento do sistema financeiro e da economia em um novo patamar de juros básicos deve ser cuidadosamente monitorado, de maneira a preservar as perspectivas inflacionárias benignas.
%u201CDecisões sobre a evolução da taxa básica de juros têm que levar em conta a magnitude do movimento total realizado de janeiro a julho, cujos impactos sobre diversos indicadores econômicos ficarão evidentes ao longo do tempo, em contexto de retomada paulatina da utilização dos fatores de produção%u201D.
Segundo o Copom, os efeitos serão concentrados no próximo ano. Em 2009, os juros básicos foram reduzidos em 5 pontos percentuais.