Agência France-Presse
postado em 10/09/2009 15:23
Excelente notícia para a economia mundial: os Estados Unidos retomaram a corrida por produtos importados em julho, embora isso signifique que o foço comercial se aprofunda.
Segundo dados publicados nesta quinta-feira pelo Departamento de Comércio, o déficit comercial americano alcançou US$ 32 bilhões, o mais elevado desde janeiro.
[SAIBAMAIS]A origem é um aumento de 4,7% nas importações de julho em relação ao mês anterior das importações (para 159,6 bilhões de dólares), dado inédito desde que o Comércio publica estas estatísticas (1992).
"O que precisamos ver é que o aumento do déficit comercial em julho deve ser recebido como uma boa notícia. É um sinal de que a economia americana está acelerando sua saída da recessão", disse Brian Bethune, da IHS Global Insight.
Os Estados Unidos representaram 13,2% do total mundial de importações em 2008, segundo a Organização Mundial do Comércio e a imensa queda do consumo no país no fim de 2008 e princípios de 2009 se fez sentir em todo o planeta: em oito meses -de julho a fevereiro- as importações caíram mais de um terço.
Entre estes bens, o aumento das importações envolve praticamente todas as categorias com, por ordem de importância, os insumos industriais ( 3,9%), os bens de consumo ( 5,0%), os bens de capital ( 4,5%), e os veículos ( 21,5%). A alimentação (-0,9%) é uma exceção.
As importações da China, principal fornecedor dos EUA, foram as mais fortes desde novembro.
As exportações americanas não alcançaram o mesmo ritmo, mas também estão se recuperando.
O total das exportações aumentou 3,2% em relação ao mês anterior, o que pode ser atribuído entre outros aos bens de capital ( 2,4%) e veículos ( 24,5%).
O déficit com o segundo aliado comercial de Washington chegou a 20,4 bilhões de dólares e aumentou para 123,5 bilhões de dólares nos primeiros setes meses de 2009.
Este total só caiu 14% em um ano, e nada indica que este abismo, um dos principais desequilíbrios da economia mundial, tende a ser superado.