postado em 11/09/2009 07:00
Indústrias brasileiras de vários segmentos, como siderúrgico, petróleo, petroquímico, metalmecânico, por exemplo, já aderiram ao uso do absorvente natural de óleo, criado pelo empresário Jáder Martins Vilaça, dono da Hydroclean. No princípio, ele pensava que o produto seria usado em casos de acidentes com vazamento de óleo, mas não foi difícil descobrir que sua aplicação era muito maior. "Qualquer indústria precisa de um absorvente desse tipo. Um quilo do produto absorve seis litros de óleo", avisa. O próximo plano, segundo Vilaça, é desenvolver um absorvente desse tipo para uso doméstico. Para isso, ele está em busca de um parceiro que seja um grande fabricante de produtos de limpeza.
As empresas que resolveram investir em produtos que não agridem a natureza partem do princípio de que o conceito da sustentabilidade não é um modismo, e, sim, um caminho sem volta. Prova disso é que a Coca-Cola entrou no circuito e está lançando uma nova garrafa reciclável feita parcialmente de melaço e cana-de-açúcar que será usada na marca de água Dasani, em mercados selecionados da América do Norte. A nova garrafa será feita com plantas (30%), porém os outros 70% continuam sendo de materiais com base no petróleo.
O CitiBank também está na parada. Adquiriu 43 mil bombonieres feitas da fibra da piaçava na comunidade de Ponto Central, localizada no município de Santa Cruz Cabrália (BA). As peças, fabricadas entre outubro de 2008 e outubro de 2009 serão destinadas a ações de marketing de relacionamento com clientes dos cartões de crédito Citi. A iniciativa faz parte do projeto Piaçava Sustentável e pretende conservar remanescentes florestais, gerando trabalho e renda para comunidades locais engajadas na cadeia produtiva sustentável da piaçava, um dos principais recursos naturais da Mata Atlântica na região.
O presidente do grupo Eco, Davis de Luna Tenório, explica que construiu o seu negócio a partir da fabricação de brindes e presentes corporativos sustentáveis. São cinco áreas de atuação: marketing sustentável, brindes e presentes corporativos, bufê orgânico corporativo, varejo sustentável e uma loja Amazônia Brasil, que comercializa produtos sustentáveis inspirados no design tropical e na riqueza cultural da Amazônia. "Nosso crescimento anual é de 25%. Oferecemos um produto inovador, com qualidade e design", diz. Além de 33 empregados diretos, Tenório conta com o trabalho de 300 pessoas em lugares tão distantes como a Serra da Capivara (PI),Santo Antônio do Tauá (PA), Campina Grande (PB) e Vale do Ribeira (SP).
Em Coronel Murta, no Vale do Jequitinhonha (MG), a idéia de aproveitar os resíduos do feldspato ; minério usado na produção de louças ; para a fabricação de uma linha de anéis elevou a renda de dezenas de famílias. Os anéis, fabricados a partir da gema preciosa que antes era jogada nos cantos das ruas, começam a ser vendidos em joalherias de Belo Horizonte nas próximas semanas por entre R$ 70 e R$ 80.
O designer Edson Xavier foi o pai da idéia. "O projeto gerou trabalho para garimpeiros e donas de casa. O impacto na comunidade será mapeado pelo governo de Minas, que vai ampliar o projeto para todo o estado com uma verba de cerca de R$ 2 milhões já liberada", avisa.